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Mostrando postagens de 2010

Retrô (spectiva)

"O rock acabou, melhor ligar sua tv" Eu queria estar dormindo. Não por estar com sono, estou totalmente bem descansada. Também não por que eu estou cansada, estou realmente elétrica, como se tivesse tomado muitas xícaras de café. Enquanto a rede de comunicações aqui do trabalho não volta, eu estou aqui, sem fazer absolutamente nada. Talvez elétrica não seja bem a palavra. Sendo ou não, eu estou tão cansada. De viver. De consertar. De respirar. Cada suspiro que eu dou parece tão injustificado. Me pergunto por que tudo não pode simplesmente se esvair tênue e breve, que nem a fumaça leve de um cigarro, que vem e vai, mas nunca se demora. E eu descobri sozinha e por acaso que a vida não é um filme. Não tem pessoas te esperando atrás da porta com flores, nem festas surpresas no seu aniversário por que você espera. Não tem finais totalmente felizes, mas isso também depende do seu conceito de felicidade. A grande verdade é que nesse momento existem mais homens do que mulheres no mun

Quelqu'un M'a Dit

“Pourtant quelqu'un m'a dit Que tu m'aimais encore C'est quelqu'un qui m'a dit que tu m'aimais encore Serais ce possible alors?” Alguém me disse que a vida é breve e passa como um raio. Esvai que nem um rio que seca, e acaba murcha que nem uma rosa. Enquanto eu limpo minhas lágrimas, alguém me disse que você ainda me amava. Será verdade? Espero que sim. Levanto o vestido e sacudo as folhinhas e pedaços de grama que grudaram nele enquanto estive sentada. Alguém me disse que o tempo é um bastardo e se fortalece nas nossas tristezas. Alguém me disse que você ainda me amava. Será possível então? Giro no campo florido esperando talvez prolongar algo inacabado mas que já dá seu último adeus e se joga na caixa de lembranças. As coisas passam rápido diante dos meus olhos que giram. Será que ainda me ama? As nuvens, as flores, os pássaros, os carros, longínquos, e o som das coisas inexistentes, mas que insisto em ouvir. Caindo no chão, vejo as nuvens gordas caminhand

Aonde Quer Chegar?

“Já são quase cinco da manhã, por que ainda insiste? Faz muito tempo que não tem o que dizer Ando aqui pensando em nós dois. Será que temos tempo?” Tamborilava os dedos incessantemente na mesa. As unhas faziam um barulho surdo ao baterem na superfície de madeira. Estava esperando impacientemente por ela. “Ah, oi, desculpa o atraso.” Ela chegou, não podendo ser chamada de radiante ou algo parecido, só de presente. “Ah, oi. Então, vamos caminhar lá fora? Já são quase cinco da manhã.” Ela assentiu e comentou. “Cara, por que você ainda insiste? Faz muito tempo que não tem o que dizer.” Ele olhou com uma cara igualmente desprovida de emoções. “Eu ando aqui pensando em nós dois. Será que temos tempo?” Ela deu de ombros, não por que não sentisse nada, só não sabia exatamente o que sentir. “Eu te fiz promessas que eu não posso apagar.” Ele fez um gesto que mostrava que não dava realmente a mínima pra aquelas promessas. “Logo você, que dizia saber, não sabe aonde quer chegar.” Sentaram-se na be

She Will Be Loved

“And she will be loved, she will be loved.” Estava trancada no banheiro, o único cômodo da casa que tinha uma tranca de verdade. Limpou a maquiagem escorrida dos olhos com o dedo e examinou a sujeira. Maquiagem preta. Ela limpou na toalha de rosto branca que estava pendurada em um gancho branco, acima de uma pia de mármore igualmente branca. Revirou no fundo de um armário e pegou uns pacotes de esparadrapo e gaze, uns remédios pra dor de garganta, outros pra dor de cabeça, outros analgésicos, água oxigenada, rifocina, band aids, remédios pra cólica, e uma bolsa de água quente. Jogou tudo isso em uma mala preta, em um compartimento reservado pra coisas desse tipo. Pegou a pasta de dente fechada dentro do armário, e a aberta em cima da pia. Pegou sua escova de cabelos, seu pente, seu shampoo, seu condicionador, dois sabonetes lacrados, e sua escova de dentes. Saiu do banheiro quieta e entrou em seu quarto. Nele, olhou as estantes repletas de livros. Pegou alguns de seus favoritos: Eu Mat

You Found Me

“Don’t let me go, don’t let me go, don’t let me go, don’t let me go, don’t let me go, don’t let me go.” Precisava de um cigarro. Desesperadamente. Talvez não fosse de um cigarro que precisava, mas foda-se, era isso que ela ia fazer. Fumar um cigarro. Pegou um isqueiro preto no bolso e abriu a bolsa a procura de um maço de uma marca qualquer de cigarros. Pegou um deles, e colocou na boca. Acendeu, e ficou lá, sentada no banco, aproveitando seu último cigarro, por que o maço acabara e ela estava sem dinheiro pra outro. Ficou observando as pessoas que passavam, absortas em seus próprios problemas, em suas próprias angústias. Privadas de algo, felizes por um reencontro, chateadas por um bolo, tristes por um fora. Olhou também pra aquelas grandes caixas de metal. Onde cada um também vivia a sua vida. Onde várias famílias respiravam e aspiravam ares diferentes dos outros que estavam no carro com eles. Ela costumava viver a própria vida também. Um tempo atrás, ela costumava viver a própria vi

Dez Coisas Que Eu Odeio Em Você

As minhas dez coisas que eu odeio em você Eu odeio quando você me encara Eu odeio quando você acha que tem razão mas na verdade não tem Eu odeio seu casaco idiota de couro Eu odeio quando você usa aquelas suas blusas xadrez Eu odeio muito seja lá quem ela for Eu odeio como você faz com que eu me sinta Eu odeio como você me convence a fazer alguma coisa Odeio o modo como você corta seu cabelo Odeio seu perfume Odeio todas as músicas que você me mostrou. E a décima primeira coisa que eu odeio é em mim, não em você. Odeio como eu não consigo odiar de verdade nenhuma dessas coisas, nem um pouquinho. (inspirado no filme 10 Things I Hate About You)

Para Giovani

"Love, love, love. What is it good for? Absolutely nothing" As pessoas machucam. Digo, relacionamentos machucam. Uma mulher + um cara ás vezes dá certo, as vezes não. As lembranças assolam a sua mente. As boas lembranças, as más. De repente faz tudo valer a pena. O fato de que a tristeza dura menos do que as boas lembranças, que duram pra sempre, ou então até o pra sempre durar. O importante é limpar o coração, fechar os olhos e se preparar pra algumas porradas de vez enquando. Tentar pensar em como foi bom ajuda. As lembranças fazem de você quem você é e quem você foi, e por mais que as vezes machuque, tente guarda-las com carinho dentro de você, mesmo que em alguma parte um pouco esquecida e menos machucada. Uma parte, a melhor parte de você. Aquela parte que não esqueceu de como é amar, de como é ser criança, de como é pular, gritar, viajar, sentir, se apaixonar e viver. Espero que ajude, G. beijos <3 (ficou ruim, mas ok.)

O Amor Está Morto

O amor está morto. O matei sozinha, com uma bazuca e uma faca anormalmente grande. O esfaqueei centenas de vezes. Descontei toda a minha raiva e frustração ao som de Wolfgang Amadeus Mozart. Queria chorar. Chorou. O pesar está morto. Alguém o matou sozinho com uma adaga e uma garrafa de vinho. Descontou toda a sua vontade e preencheu as lacunas que gritavam. Queria gritar. Gritou. O calor está morto. Ela matou-o sozinha, com uma arma e um pedaço de barbante. Descontou sua vontade ao som de Ludwig Van Beethoven. Queria girar. Girou. O sentido está morto. Se jogou sozinho da janela do quinto andar, ao som de Antonio Vivaldi. A raiva está obsoleta, a inveja está enterrada, o mistério se perdeu, o ciúmes está se escondendo, a fúria está obscura, o carinho acabou, as caricias foram esquecidas, as palpitações, quentes como o inferno, foram deixadas pra lá. Em busca de algo novo, perdeu tudo o que já tinha. E quando voltou, estava tudo guardado e trancado, de um modo inquebrável e indiscutív

Pesar.

Gotas grossas manchavam o carpete. Gotas pretas no carpete cinza. Gotas pretas em uma vida cinza. Cinza como o céu, e negra como a previsão que fazia de si. As gotas formavam poças. As poças cresciam com uma velocidade anormal. E a cada gota, algo ia embora. E ia indo, tudo ia se resvalando sem o menor pudor. Tentava segurar a enchente, a grande enchente de poças negras como seu coração. E ele batia. Batia forte contra o peito, mas ela não agüentaria que ele pulasse pra fora. Tinha saído da gaiola vagarosamente, sem que notassem ou apontassem de uma maneira acusatória. Mas fora de lá era frio, e de um frio rascante, pereceu. Pereceu sem querer, e rápido, por que nesse mundo se tem pressa. Mesmo que quisesse aproveitar o momento, já se fora, e como ele mesmo, jamais voltaria. Muito menos da mesma maneira. E com essa bravura breve, mostrou o quanto era sozinho e o quanto era cheio de pesares. Pesares demais pra alguém sustentar, pesares demais para um pobre enjaulado, um pobre animal esq

Hug Me

Todas as pessoas olhavam bestificadas. As luzes, a dança, as pessoas e os sorrisos. Todos realmente felizes e satisfeitos. Ela olhava de uma forma diferente. Não menos feliz, mas de certa forma, diferente.Estava surpresa consigo mesma. Queria estar ali, mas queria que mais alguém estivesse ali com ela. Achava realmente bonito tudo aquilo, mas de algum modo, sentia como se algo estivesse longe, perdido ou só distante. Queria saber o que era. Provavelmente, não saber o que diabos a incomodava era o verdadeiro incômodo. Em dado momento, pensou que só tinha guardado algo ra si ou para alguém, alguém que não sabia quem era. Ou preferia não saber quem era. Em uma fração de segundo, sentiu algo perto dela. Um araço. O alguém e o ninguém ao mesmo tempo. Agora o vazio se esvaia, resvalando por um ralo aberto.E se prencheu aos poucos com algo proibido, algo indesejado. E foi levada pra isso. Droga.

I Wanna Hold Your Hand

“And when I touch you I’ll feel happy inside, it’s such a feeling that my love, I can’t hide. (…) I wanna hold your hand.” Corpos se entremeavam em um pequeno cemitério. Ela andava na frente, com um negro vestido, e tão negro quanto o vestido, o véu. Sua fisionomia era séria, como a de quem perdeu alguém. O que, de fato, era verdade. Andava com passinhos curtos todo o fúnebre trajeto. Ela e cem mais pessoas, todas com a mesma sensação de perda, uma sensação nada agradável. Chorava em pequenos soluços, não queria alardear sua dor, que vinha de dentro, que vinha pra si, como ele veio pra ela, de forma sorrateira, quase imperceptível, mas intensa, e forte, como um rasgo, um rompimento na artéria aorta, algo difícil, quase impossível de consertar. Coisas quebradas involuntariamente, sombras esquisitas. Pesadelos que a circundavam de uma forma puramente melancólica, como seu estado de espírito. É verdade que ela não queria nada além dele. Queria a companhia eterna, mesmo que eterno por alg

Don't Let Me Go

"Where were you, when all I needed was a call?" Estava deitado no chão. Uma garrafa praticamente vazia de rum ao seu lado. Uma música perturbadoramente melancólica tocando em alto e bom som. Ela abriu e se deparou com a figura de seu namorado estatelada no chão. Ele estava balbuciando algumas palavras quase ininteligiveis. "Onde você estava quando tudo que eu precisava era de uma ligação?" Essas palavras atingiram ela como um trem. Ela estava perambulando por alguma ruela qualquer a procura de alguma coisa realmente nada importante, depois da briga quase que apoteótica que eles tiveram naquele dia mais cedo. Algo sobre o fato de que ela não estava nem um pouco afim de continuar aguentando algumas coisas estúpidas que ele fazia, e de ele mandando ela ir se foder. Foi aí que ela saiu correndo e bateu a porta atrás de si, chorando. Estava magoada demais. Os dois estavam. Tinham que cortar toda aquela porcaria. E ela saiu correndo por essas ruas aleatórias a procura de

Amor é... Amor.

"If you love me, won't you le me know?" Amava. Amava até com pronome obliquo em começo de frase.Amava com letra minúscula. Amava em tiops. Amava como nunca amou. Amava como nunca fora amado, mas com a intensidade de quando fora partido. E como quando fora partido, doía. Sangrava e manchava os pulmões de vermelho. Escorria pelos orgãos, pintando tudo com o escárnio e deixando uma cicatriz pegajosa e infima, mas que aria como o inferno. Naquela tarde pincelada pelos raios dourados do sol de final de verão ele podia sentir o sangue fervilhando e cozinhando ao som das suas próprias lamúrias molhadas. Sentia como se estivesse a alguns metros do sol. Queimando cheio de algo misterioso que se desfazia em águas revoltas e em essências esquecidas. Na sua própria essência esquecida. Apertava o ferimento, e sangrava mais, pingando na superficie amarelada do sol. E o ferimento se rompeu, trazendo a tona seu coração. O coração, o qual, tão cheio de remendos dava pena. Dava pena dele,

Hold Me Tight.

"So hold me through the night, you'll be unawere, if you need me, I'll be there." O colchão estava molhado. O gato miava, completamente alheio ao pequeno embrulho no colchão. Um coração pulsava, quente como novo. Pulsava pequeninho. E o outro pulsava grande, bem ao seu lado. Mas variava. Ficava na dele, batendo cada vez mais devagar. Batia e parava. Tum. Silêncio. Tum. Silêncio. Tum. Silêncio. Ambos batiam em harmonia, as vezes mais baixo, as vezes mais alto. Esse coro as vezes se misturava e se perdia nas buzinas do trafego agitado das manhãs barulhentas de Manhattan. Perdia-se com as almas corrompidas de policiais e bandidos, mendigos e hérois, deixados no limbo ou esquecidos aos sol para queimarem. Esses dois corações pulsantes temem e sofrem, esperando acordar ou jamais fazê-lo, e perseguem esse objetivo cegamente, com medo de desistir de si e deixar-se pra trás.

Would You Be Mine?

"Well it's a big, big city and it's always the same, can never be too pretty, tell me you name. Is it out of line, if I were simply bold and say would you be mine? Mãos. O esmalte vermelho-fosco dela se destacava nas costas da mão esquerda dele. Pés. Andavam de modo quase que automático, quase que sincronizado. Batiam no asfalto com leves estalidos tímidos. O sol anunciava que o fim de tarde estava chegando O vento batia nos cabelos dela, assanhando a franja. Ele olhava para os pés, como de costume. Ela olhava pra ele. O barulho dos carros, motos, pessoas e vidas enchiam o ar. Ele parou pra amarrar os sapatos. Ela encarou o horizonte. Imaginava coisas. Coisas que a apraziam, de certo modo. Desejos. Ela a abraçou e tomou-a pela cintura. Andaram assim por alguns minutos. Ele sentou-se no meio fio e olhou os carros passarem. Ela gostaria de ter feito o mesmo. Ao invés de fazê-lo, ficou em pé, encarando os negros cabelos dele. Sentia o coração ribombar fortemente contra o peit

Oh My

"I'm not pretty, isn't it a pitty?" O céu encheu-se de estrelas demasiadamente grandes para ocuparem somente os lugares que lhes foram designados. Em baixo, no cais, com os pés na água, um corpo deita-se e observa as estrelas. Procurando algumas respostas nelas, por mais esparsas ou deliberadas que fossem, ainda seriam respostas. Em algum tempo amanheceria, e do que ela mais sentiria falta era da forma que ele lhe cumprimentava todo dia. A lua estava cheia de um modo que parecia pronta a irromper em algo decididamente novo. Bom ou ruim de fato era indefinido, mas realmente novo. "You love me but you don't know who I am" He said. I told him to shuvle it into his fucking ass.

Ninguém Veio.

O jantar está frio e ninguém veio. É engraçado como as pessoas andam sozinhas quase sempre e se mostram tão dependentes de alguém. O conceito de depêndencia também é engraçado. Assim como muitos conceitos. O de amor, de dor, ardor, vida e coisa e tal. O amor dói, mas doa o que doer, é muito pior viver sem ele. É como uma grande ferida aberta que nunca se fecha. A dor, tão cruel, complementa o amor. Amor dolorido, as vezes sem um porquê, as vezes sem rumo e sem os pés no chão. A dor coloca os pés dele no chão, na verdade, nas brasas. E queima. E acaba provocando o ardor. Talvez por alguns segundos, talvez por mais. Escondido por trás da ferida ou do esparadrapo, geralmente atrás do pudor. A vida descansa na cama, deixando-se levar. Espera que alguém a acorde e está pronta pra despertar. E tem a coisa e tal, que acaba sendo a mesma coisa que o tal e coisa. O jantar estava frio, e ninguém o comeu. Ficou a noite lá, pairando no ar, como palavras não ditas, pedras não atiradas e vidas imacu

Leave Me A-L-O-N-E

Estando em posição de pedir, deixe-me em paz. Por que te deixar em paz? Porque a minha paz de espirito não tem preço, senhor. Não quero comprá-la, só quero entender o que te leva a essa decisão. Amor, meu senhor. E amor mata? Mata sim senhor, falta dele. Minha querida, não te jogas, que pra tudo nesse mundo tem solução. E você não te metes, querido, que por tua culpa me jogo. Nunca pedi a ti pra fazê-lo. Nunca precisou. Mas o que passa contigo para tão drástica decisão, querida? O fato é que acabou, e acabando, meu coração partiu, e não há esparadrapo que cole. Não pule. Não insista em pedir-me tal coisa. Amor. Me ame. Não dá. Adeus.

Eu Não Gosto De Ninguém

“Mesmo que eu pudesse controlar a minha raiva, mesmo que eu quisesse conviver com a minha dor, nada sairia do lugar que já estava, não seria nada diferente do que sou” Caiu no chão. Tudo estava girando.Tentaram ampara-la. “Eu não gosto de ninguém. Então, solte-me.” Ela dizia, e se levantava sozinha. Depois de quinze shots de tequila, era normal cair. Mas não era isso que a corroia. Não, não. Coisa muito menos finda, muito menos longe da realidade do que o álcool. Caiu do barco. Na verdade não caiu, mas deixou cair, e foi como se a sua alma caísse e ficasse por lá, molhada e perdida na imensidão azul do mar. Na verdade, foi pior do que deixar cair. Empurrou. Quis deixar cair, em um rompante insano de fúria, deixou e por alguns instantes nublados não sentiu culpa. E essa ausência de culpa, de poder e pudor a deixou desamparada como nunca ficara. Eles sangraram. Ela estava penando agora por isso. Eles sentiram por uns instantes, mas ela iria sentir a vida toda. Não conseguia entender por

Ode To Joy

Alegria. Que coisa incerta. Simplesmente incerta. Insípida. Incolor. Inexplicável. Irrecuperável. Inestimável. Eu poderia achar muitos adjetivos com "I" para a palavra "alegria", mas não é exatamente sobre isso que eu quero falar nesse post. Eu quero falar da alegria de uma lágrima. Da alegria clandestina. Da alegria que você não sabe que sente ou faz alguém sentir. Quero falar de mim e de vocês (se é que alguém está lendo meu post). Algo que vem mais de dentro pra fora do que de fora pra dentro. Alegria. Sete letras. Com um significado tão grande. Felicidade. Proporcionar isso a alguém esquenta você por dentro. Não como auto-imolação, mas como se uma pequena chama estivesse cozinhando lá dentro. Isso pode até ser clichê. Mas sendo clichê ou não, foda-se. Eu estou sentindo algo como isso agora. Algo que me faz sentir viva. Que me dá vontade de sair correndo e gritar pra todo mundo escutar. Eu faço alguém feliz. Eu tenho essa capacidade, quase que uma dádiva. Eu faço

Twelve Of July

Então, esse dia é realmente um dia esquisito. Um dia que você não sabe exatamente o que fazer, ou como agir. A maioria das pessoas nem tem com quem comemorar essa data. Tem amigos, parentes. Mas não tem o que o dia propõe, que é um namorado. Alguns se sentem rejeitados por não terem um namorado. Outros não ligam. E outros mandam tudo pra o inferno e saiem com os amigos pra ver filmes de terror. O fato é que o dia dos namorados não passa de puro maketing. Assim como várias datas comemorativas. Como é que um golpe de marketing afeta tanto as pessoas assim? Simples. A solidão desse dia. O que representa estar sozinho em um dia criado para se celebrar o amor ou paixão de duas pessoas, sejam elas do sexo oposto ou não. Sejam gays, bisexuais, ou héteros, ninguém quer estar sozinho nesse dia. Quer estar com quem se ama. Segurando mãos. Dando beijos e abraços. Entregando presentes. Aproveitando a companhia. Vivendo os momentos. E todos preferem estar com alguém especial, alguém que vá fazer es

Liberdade

Então, rececentemente tivemos essas discussões na aula de português sobre esses tópicos aleatórios. E um tópico escolhido foi a liberdade. Pra mim, liberdade é muita coisa. Libertinagem. Ausência de autoridades. Ausência dos pais. Sexo. Drogas. Rock 'n' Roll. Fazer o que você quiser fazer quando você quiser fazer. Ouvir música alta. Se libertar. Sair do cotidiano. Passar a perna no sistema. Mandar essa merda se foder. Pintar o cabelo. Pular a janela. Pular a cerca. Comer no quarto. Usar o computador escondido. Matar aula. Burlar as regras. Pular. Dançar na chuva. Usar sapatos coloridos na escola. Dormir até tarde. Se acabar em uma festa. Sair de casa. Ligar pra alguém. Tomar coca-cola. Andar de ônibus. Tomar sorvete com chuva. Se beijar na frente de muita gente. Escapar de si mesmo. Andar no meio-fio. Dirigir. Comprar bebida. Beber. Ir a festas. Usar emoticons. Comer chocolate. Beber wisk com coca-cola. Ouvir Beatles. Aumentar o som até os seus vizinhos reclamarem. Andar de ska

Desculpa

Então, desculpa, gente. Ainda estou sem computador pra postar, apesar de ter milhares de textos pra postar aqui. Quando puder, posto. Beijos, pra quem quer que me leia, se é que alguém me lê.

Parque das Dunas

Acho que ficar sozinha em um parque, às três e meia da tarde, quando o mesmo está fechado, não é exatamente o tipo de programa realmente especial que uma garota gostaria de fazer. Não é realmente o programa especial que NINGUÉM gostaria de fazer. Fiquei sentada no sol por algum tempo, olhando para o lado em que a luminosidade vinha, por que era esse o lado o qual supostamente viriam os carros das mães das minhas amigas. Muitos carros passaram. Nenhum conhecido. Os minutos correram. Acho que fiquei sentada lá mais tempo do que eu posso contar, com o sol na minha cara, esperando. E doente, eu estava doente. O guarda com uma farda do exército me perguntou se eu queria entrar, e eu aceitei. Entrei e sentei-me na calçada que dividia a rua por onde alguns carros do exército entravam e o posto onde geralmente se compravam as entradas para o parque. Aparentemente, nas segundas o parque só abria para pessoas que praticavam cooper. Eu não praticava cooper. Natália não praticava cooper. Malu não

Ele Não Está Tão Afim De Você

Então, aqui vamos falar de caras que não estão tão afim de você. Se ele não te liga: Aqui é a caixa postal do Aaron. Deixe a sua mensagem e me deixe em paz. “Er, oi Aaron. Já faz uma semana, e eu queria saber se você já voltou pra casa daquele congresso. Então, me liga. É a Melissa falando. Tchaaaau.” “Aaron? Aconteceu alguma coisa? Por que você não retorna as minhas ligações? Me liga. Melissa” “Aaron, estou ficando preocupada. Quando poderemos nos ver de novo? Melissa.” “Já faz quase um mês. Você ainda vai me ligar? Se não, eu vou ligar pra o Kurt. Me avisa, por favor. Pra a gente poder marcar alguma coisa. Melissa falando.” “Chega disso. Estou te apagando da minha vida, Aaron. Adeus. Melissa falando.” “Eu estou tãaaaaaaaao bêbada. Eu quero você de volta, Aaron. Eu preciso de você. Agora, comigo. Me abraça? Nunca consegui ninguém depois de você, foste especial. Me liga, por favor. É a Melissa, sua Melzinha” Quando ele termina com você: “Não é você. Eu só não consigo lidar com o fato

Te quero tanto

“Tanto, é tanto, se ao menos você soubesse. Te quero tanto” Tap. Tum. Tap. Tum. Tap. Tum. Tum. Tum. Tap. Tap. Tum. Tum. Tum. Em um ato desesperado, corria. Não queria mostrar fraqueza. Era demais. Continuou batendo os sapatos pretos da escola no chão cimentado do pátio. Provavelmente essa correria seria captada pelas câmeras. Foda-se. Continuou deixando o coração bater. Tum. Tap. Tum. Tap. Incoerentemente, correu até a porta branca da sala que deixou cinco minutos antes. Seria pego. O jogo estaria acabado. Foda-se. Não tirava da cabeça. Sorria. Não queria sorrir. Não queria ser pego. Não queria esquecer. Correr tirava tudo momentaneamente da sua cabeça. Não sentia mais as pernas. Foi para outra porta branca fechada. Era a porta dela. Inconscientemente andara até lá. Via o cabelo dela. A cabeça suavemente recostada na carteira. Estava dormindo. Aula de Química. Ligações covalentes. Estavam estudando ligações covalentes. Menos ela. Estava dormindo. Dormir. Era só o que ele tinha feito at

Alguém

Clichê, clichê, clichê. Foda-se. Mue blog, minhas regras u_u Eu quero um que diga eu te amo sem medo. Eu quero um que fique feliz em me ver. Eu quero um que tenha opinião. Eu quero um que não idolatre uma menina estúpida. Eu quero um que não saiba como lidar comigo, mas aprenda. Eu quero um com o qual eu não saiba lidar, mas aprenda. Eu quero um que goste de mim pelo que eu sou. Eu quero um que não queira só sexo. Eu quero um que me respeite. Eu quero um que não seja surfista, não escute forró, não seja pegador, não seja imbecil, goste de ler, escute músicas decentes, veja filmes decentes, seja uma pessoa interessante. Quero um que não se submeta a tudo que eu digo. Quero um que saiba beijar. Quero um que seja que nem eu, de cuecas. Quero um diferente. Quero um que não se importe em ser chamado de diferente, esquisito, emo. Quero um que seja como eu quero, mas com um toque de rebeldia. Quero um rebelde nato e sem causa. Quero um descomplicado, desneurado, natural. Quero um que se impor

O Cara Perfeito?

Que pergunta inexata hm Perfeito em aparência? Em personalidade? Hm, certo, já que as duas se complementam, vou dar uma descrição mais ou menos satisfatória, por que me faltam palavras pra descrever isso. Ou não. Tá, eu tenho uma tara por garotos loiros, mas talvez o menino perfeito não seja loiro. Mas, como eu disse, ele DEVERIA ser atencioso, e engraçado. Não exatamente engraçado, mas com piadas idiotas que me façam rir quando eu tiver perdido quase que totalmente a fé na humanidade, entende? Ele precisa me fazer sentir no céu mesmo que eu esteja indo pro inferno. Ele não precisa saber o que eu quero ou sinto, só saber que eu gosto de abraços, abraços verdadeiros, quando estou triste. Ele não precisa ser lindo, não precisa ser poético, não precisa ser estudioso, não precisa viver cego de nostalgia, não precisa de nada disso. Ele só precisa me abraçar. Não precisa fugir, mesmo que não saiba do que está fugindo. Ele precisa estar ali. Precisa ser honesto. Não precisa estar sempre certo

Whistle For The Choir

"And I must confess, my heart's broken pieces and my head's a mess" Estava completamente cheio dessas pessoas irritantes de nova york. Naquela porcaria de boate não tocava nenhuma porcaria de música decente nessa porcaria de noite idiota. Essa droga de música eletrônica só serve pra dar dor de cabeça, e estragar o que mestres como Hendrix levaram uma vida pra criar: música de verdade. E essas porcarias de pessoas que frequentam essas boates só se preocupam com coisas realmente irrelevantes pra todo o resto da humanidade, como as suas mini-saias e seus malditos carros de merda que tocam coisas como 50 Cent. Por que eu venho a esses lugares, então? Por dois motivos: O primeiro motivo é realmente muito simples: Eu não tenho vida social. Eu ando nessas boates por que eu não tenho praticamente nenhuma vida social, e ir lá com pessoas normais pra variaar deixa meus pais mais que felizes, já que eu estou fazendo algo normal. E o segundo motivo é realmente mais smples ainda:

Into Your Arms

O portão sinalizava para que adentrasse. Estava esperando. Não sabia se deveria esperar. Não tinha certeza do que sentia. Sempre fora completamente confuso, e demasiado complicado, mas parecia ter encontrado alguém que entendesse isso, e que fosse tão complicado quanto a si próprio. Às vezes sentia-se desconfortável com a sua presença, como se ela soubesse demais, mesmo que não tivessem contado nada. Incomodava. Mas supunha que isso fazia ele se sentir aceso por dentro, queimando como a chama recém acesa de uma vela, querendo mais de si e do mundo. O coração dançava em suas mãos, por que do peito havia saído a tempos. Um vulto encasacado entrou no recinto, mesmo com o calor infernal que impregnava a cidade. Ele sabia quem era. Perguntava-se por que ela perdia seu tempo com ele, não é como se ela não fosse a voz que está na cabeça dele. Ecoando, e repetindo coisas que ela já disse, como se ainda fossem verdade. Apesar de tudo, sentia vertigem. Um legítimo medo de cair. Cair de algo inc

Stop Telephoning Me

"Sorry I can't answer you, I'm kinda busy" O telefone tocou pela vigésima vez nos últimos dez minutos. Ele apertou o botão de "ignore call". Estava se cansando aos poucos dela. Não é que ela fosse desinteressante, chata, incompatível, burra, gorda, irritante, ou qualquer coisa assim. Ela era perfeita. Pra outro cara. Ele conheceu outra garota. Na verdade, já a conhecia. Ja fora apaixonado por ela. Mas de repente, ela voltara a se tornar interessante, como se a luz tivesse e acendido com um clique abafado, e tivesse tomado conta de algo que ele não sabia que podia ser tomado. Ana era linda. Inteligente. Da sua idade. Talvez um pouquinho menos complicada que Ingrid. Sorridente. Com menos coisas pra fazer, mas mais tempo pra aproveitar. Menos compromissada. E assim, como um piscar de olhos ou um estalo de dedos, vai embora e não pretende voltar, deixando a chave da casa, um armário vazio, e um bilhete insólito, que mais tarde ficaria borrado de lágrimas sincera

Motivo da minha ausência

Queria me desculpar com vocês, se é que alguém lê isso aqui. Estou empenhada com um novo projeto, com a @klutchenca. Fizemos um blog. www.dontlikesoup.blogspot.com Portanto, ficarei mais ausente. Amo todos vocês que me leem, e peço que sejam pacientes comigo e com a minha ausência. Obrigada por lerem. Beijos da tia Bee. @beeberry_

I Belong To You

(Não, eu NÃO escrevi pensando em Crepúsculo nem em nenhuma dessas mopinhas aí u_u) “Ah! Verse-moi l'ivresse, Verse-moi, verse-moi l'ivresse, Réponds à ma tendresse, Réponds à ma tendresse, Ah! Verse-moi l'ivresse, I belong, I belong to you” Gotas espalhadas. Um relógio atrasado. Uma noite que jamais acabou. Devaneava sobre o ocorrido. Parava em uma cena, arrastava-a por todo lado. Não sabia se a odiava ou amava. Aquela maldita cena. Era de um ardente amor. Mas de um constante desprezo. O tiquetaquear do relógio o ensandecia. Mente sã, corpo são, correto? Não quando se estava deitado de bruços em um motel barato qualquer, sangrando. Não externamente. Internamente. Seu coração sangrava. Não um real sangramento. Não. A dor atravessava barreiras. Vinha do interior de si. Sentia-se um vagabundo qualquer perante aquela rainha. Sentia-se algo pequeno. Declarava-se em silêncio. Permaneceria em silêncio. Ferir a paz de espírito era proibido. Mas de dentro, vinha um som inevitável. B

Good day, sunshine.

"I'm in love with her and I fell fine" Abro os olhos. Pego meus óculos na mesa de cabeceira ao meu lado, e levanto-me vagarosamente. Abro as cortinas e deixo o sol inundar o quarto como inunda a mim. Eu não sou realmente fã do sol, mas hoje, ele parece realmente maravilhoso. Até o calor parece esplêndido hoje. Até o fato de que hoje é segunda feira parece perfeito. Vou ao banheiro, tomo banho e preparo-me para ir para a escola Coloco o som no máximo, o qual berra Good Day Sunshine, dos Beatles. Sabia que os Beatles usaram a palavra 'love' seiscentas e treze vezes nas suas músicas? Não que isso tenha realmente a ver com qualquer coisa, mas eu precisava comentar esse fato. Estou pronto. Desligo o som, e vou até a cozinha pra tomar café. Engulo uma torrada com manteiga e um copo de suco de uva mais rápido do que alguém conseguiria dizer 'supercalifraginiespialidoucious'. Isso é, se alguém tentasse dizer isso. Meu pai me olha com uma cara desconfiada. Ele nunc

Ressaca da vida.

Acordara de ressaca no dia seguinte. As coisas pareciam meio erradas, meio incertas. Não sabia por que. Estendeu a mão até o parapeito da janela e olhou as horas no celular. Dez e dez. Que grande mentira, “junto de ti está quem tu ama”. Levantou-se com dificuldade da cama, e fora lavar o rosto. Tirou toda a maquiagem, e sentou-se no chão. Tentava com afinco lembrar-se do que acontecera na noite anterior. Nada vinha-lhe completamente a cabeça. Só flashes. Voltou para o quarto, e agradeceu aos céus pelo tempo. Estava chuvoso. Não precisaria se preocupar em usar óculos escuros, nem com a piora da dor de cabeça. Não se preocupou em vestir mais nada que não estivesse usando. Estava vestida com uma blusa enorme, com a estampa do coliseu. Seu pai havia trazido para ela quando estivera em Roma. Deitou-se novamente na cama, e lembrou-se de algumas coisas. De como ela queria beijá-lo, de quantos copos de vodka ela bebera, de conversas esparsas e aleatórias escolhidas, de pessoas novas, de pessoa

Paranóia.

Nada comparava-se ao simples prazer de pintar a paisagem outonal do Central Park. Era realmente uma visão. Não se importava se estava um pouco frio, sentia como se a paisagem aquecesse tudo, ou um calor interno. E então, uma súbita raiva subiu a sua cabeça. Raiva de si mesmo. Então cortou a pintura com um grande “X” vermelho. Não queria mais pintar paisagens outonais. E se irritava por não querer continuar pintando. Alguém cobriu o nariz dele com um pano. Um pano embebido em algo forte. E ele desmaiou. Seu corpo caiu no chão. E a próxima coisa que ele vira, foi realmente esquisita. Estava em algum lugar. Sua pintura com ele. Encostada no cavalete. A mochila dele, os pincéis, a paleta de tintas. Tudo lá. Naquela sala branca. E ele estava sentado em um sofá futurista, vermelho como sangue. Sentado não seria exatamente a palavra. Estava acorrentado ao sofá. Mas suas mãos estavam livres. Fato que o ajudou a ajeitar o cabelo e se ajeitar no sofá. Por que ele estava ajeitando o cabelo? Não

Comentando músicas

Música: Ow Baby Compositor: Pedro H. Banda: StoneJam Meu comentário: A música pode ser considerada um clichê em si, mas eu a acho bonita. Não estou babando o ovo por que foram meus amigos que compuseram, nem por que é da minha banda. Eu realmente levo música muito a sério pra isso. Ela se encaixa bastante em todos nós, pelo menos um pouquinho. Fala de quando o amor se desgasta. Ou de quando o amor não é mútuo. Aquela pontada no peito, aquela sensação desagradável. E mesmo quando você está sofrendo por causa daquele certo alguém, você ainda deixa seu orgulho de lado, e entrega seu coração. Nessas horas, eu paro pra pensar se não seria muito mais fácil se o amor não dependesse de outra pessoa. Ou não, por que aí você não ia ter o gostinho de ser amado de volta. Mesmo quando cansa de amar, você ainda fica do lado do telefone, esperando ele tocar. Que mesmo quando diz que vai pegar todos, você fica na sua até a festa acabar. Por que mesmo que você saiba que você é só amiga, fica sonhando a

Viúvas negras.

(Texto inspirado no atentado que ocorreu recentemente, no metrô da capital russa) Uma bomba. Duas bombas. Três bombas. Quatro, cinco bombas. Bum. Todas faziam o mesmo som. Umma estava desesperada. Sentia-se vulnerável. Ele morrera, e não a deixara nada mais que dois filhos crescidos e amor de sobra. Que faria? Vivia na Rússia faziam dois anos. Podia juntar-se as chamadas Viúvas Negras. Mas não queria se vender para matar gente. Mas um arroubo de vingança percorreu suas veias. Ela soube que precisava fazer. Não podia ter deixado seu marido ir em vão. Procurou-os por todas as partes. Enfim, encontrou-os. De volta a Chechênia, encontrou-os. Visitou os túmulos de seus pais e marido, e seguiu para onde sabia que os encontraria. Entrou em ruelas envergadas e suspeitas, e finalmente os encontrou. Prometeu explodir aquele lugar que a trazia tanto rancor, e finalmente aplacar sua dor. Era isso. Na gélida manhã de segunda feira, ela pegou o metrô. Com uma enorme e suspeita bolsa. Mas estavam to

Eles que se fodam.

Eles que se fodam por serem tão tremendamente escrotos. Eles que se fodam por se acharem os donos do mundo. Eles que se fodam por me isolarem do mundo. Eles que se fodam por poderem mandar na minha vida. Eles que se fodam por estragarem a minha felicidade quando eu finalmente consegui. Eles que se fodam por estragarem a minha vida. Eles que se fodam por acharem que estão sempre certos. Eles que se fodam por serem tão hipócritas. Eles que se fodam. É, eles que se fodam. E eu que me foda. Eu que me foda por ser tão desmerecedora de alguma alegria, ou de qualquer porcaria de felicidade. Eu que me foda por ser tão estúpida. Eu que me foda por não dar satisfações. Eu que me foda por responder as pessoas. Eu que me foda por ser sempre tão mimada. Eu que me foda por não dar a mínima pra nada. Eu que me foda por não amá-los. Eu que me foda por não valorizá-los. Eu que me foda com essa mania de querer estar sempre certa. Eles que se fodam. Eu que me foda. Eu que me foda. E eles que se fodam. El