Pular para o conteúdo principal

Stop Telephoning Me

"Sorry I can't answer you, I'm kinda busy"

O telefone tocou pela vigésima vez nos últimos dez minutos. Ele apertou o botão de "ignore call". Estava se cansando aos poucos dela. Não é que ela fosse desinteressante, chata, incompatível, burra, gorda, irritante, ou qualquer coisa assim. Ela era perfeita. Pra outro cara. Ele conheceu outra garota. Na verdade, já a conhecia. Ja fora apaixonado por ela. Mas de repente, ela voltara a se tornar interessante, como se a luz tivesse e acendido com um clique abafado, e tivesse tomado conta de algo que ele não sabia que podia ser tomado. Ana era linda. Inteligente. Da sua idade. Talvez um pouquinho menos complicada que Ingrid. Sorridente. Com menos coisas pra fazer, mas mais tempo pra aproveitar. Menos compromissada. E assim, como um piscar de olhos ou um estalo de dedos, vai embora e não pretende voltar, deixando a chave da casa, um armário vazio, e um bilhete insólito, que mais tarde ficaria borrado de lágrimas sinceras de um amor verdadeiro. O bilhete dizia algo banal, mas tão banal que machucava. E dor penetrava nela exatamente como uma faca recentemente afiada, como um punhal que tem um ponto certo pra acertar. E sufoca seu coração de uma forma que o faz perder a confiança em si e nos outros. A mensagem, era algo normal, mas estranho pra ela "escutar" dele.

"Sinto muito. Eu te amo. E por isso, eu realmente sinto muito."

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Ventura (Parte 1)

“Som de tapa seguido de um longo e sofrido suspiro. Cortinas abrem, Brenda caída no chão.” BRENDA: Do meu pranto, veio a lágrima. Da lágrima, verteu o sofrer. Qual diferente sina me aguarda? Hei de contar-lhes minha história, hei de vencer o porvir. O futuro, tão incerto, mas quem sabe menos sofrido que o presente viver. “Brenda sai, entra Artur” ARTUR: Que fúnebre entardecer. O objeto que me desperta fúria é o mesmo que me desperta o amor. Que hei de fazer? Pobre de mim, que amo, mas não sei fazê-lo. “Anda até a cama, onde encontra uma camisola antiga de Brenda. Pega a camisola e a abraça” ARTUR: Minha amada! Que saudades guardo de ti, no meu pequeno coração. Pobre de mim, pobre de ti. “Sai Artur, deixando a camisola em cima da penteadeira. Entra Helô” HELÔ: Sempre há o que se arrumar! Só discutem, sempre há um pormenor! Vinte anos vivendo sob os mesmos fantasmas. Tenha piedade, Deus. “Helô dobra a camisola e deposita em cima do travesseiro. Sai Helô. Entram Tomás e Bia” TOMÁS: Vossa...

Ser gay ou não ser?

“So you say, It’s not okay to be gay?” Me diz uma coisa: por que não seria ok ser gay? Me diz o problema. Por que diabos seria errado? Desde quando amor é errado? Uma relação gay é uma relação de amor também. Eu estou realmente querendo saber. E não me venha com aquela bobagem moralista de que é pecado, nem de que “Eu não sou contra, mais eu não apoio.” Pra você não apoiar uma coisa, você certamente deve ter motivos, correto? Como você pode não ser contra mais não apoiar? Que sentido isso tem? Se você não tem nada contra, logicamente você deveria apoiar. Mas tudo o que eu ouço na aula de formação ético social são essas babaquices . É isso que elas são. Tremendas babaquices de uma sociedade mentalmente enrustida, falei. É errado por que a igreja diz? Bem, sinceramente, a igreja já esteve errada antes, vão folhear um livro da idade média, pelo amor de deus! Amor é amor de qualquer forma, de qualquer sexo, de qualquer porra de coisa. Jesus Cristo não pregava amor? Bem, isso é amor. Eu so...

Agora Você Nem Me Nota

Depois de uma conturbada manhã no sofá, duas horas de aula nas férias, e muito resmungar, resolvi que estava na hora de ir pra casa de Flora. Antes do escurecer, consegui chegar. Depois de brincar com a Caty Perry (nome criativo pra uma gata mascarada), ficar no pottermore, comer mousse de maracujá (no caso eu, por que sou uma gorda e me orgulho), e atormentar a vida da Caty com o espirrador de água, fomos intimadas a nos arrumar com rapidez, por que a mãe de Flora estava chegando. Corremos, nos vestimos, e fomos capazes de nos arrumar em tempo. Ao chegar no bar (que por acaso se chamava Eletro Cana Rock), encontramos poucos conhecidos. A medida que as pessoas iam chegando, o barulho ia aumentando e mais gente conhecida aparecia (inclusive a banda que ia tocar). Margot e Flora estavam com fome, e eu, bem, eu estou sempre com fome. Fomos em um barzinho suspeito (depois de um interrogatório dirigido a Iuri sobre como ele conseguiu água), que tinha uma estante cheia de cachaça barata, coc...