“Já são quase cinco da manhã, por que ainda insiste? Faz muito tempo que não tem o que dizer Ando aqui pensando em nós dois. Será que temos tempo?”
Tamborilava os dedos incessantemente na mesa. As unhas faziam um barulho surdo ao baterem na superfície de madeira. Estava esperando impacientemente por ela. “Ah, oi, desculpa o atraso.” Ela chegou, não podendo ser chamada de radiante ou algo parecido, só de presente. “Ah, oi. Então, vamos caminhar lá fora? Já são quase cinco da manhã.” Ela assentiu e comentou. “Cara, por que você ainda insiste? Faz muito tempo que não tem o que dizer.” Ele olhou com uma cara igualmente desprovida de emoções. “Eu ando aqui pensando em nós dois. Será que temos tempo?” Ela deu de ombros, não por que não sentisse nada, só não sabia exatamente o que sentir. “Eu te fiz promessas que eu não posso apagar.” Ele fez um gesto que mostrava que não dava realmente a mínima pra aquelas promessas. “Logo você, que dizia saber, não sabe aonde quer chegar.” Sentaram-se na beira do cais, e ela deixou seus pés nus entrarem quase sem querer na água salgada do mar. E ele sentou-se ao seu lado, de pernas cruzadas. Passaram bastante tempo assim, tempo o suficiente para que ele olhasse para o relógio oito vezes, para que ela colocasse o próprio cabelo atrás da orelha cinco vezes, para que ele cruzasse o descruzasse as pernas quinze vezes, e pra que eles não se decidissem apesar de tudo. “Já são quase sete da manhã. Por que não se decide?” Ela tombou a cabeça pra o lado, e respirou fundo. “Joguei minhas fichas a muito tempo atrás” Ele estava desistindo, Jogando ao mar as esperanças. “Olha que fez, perdeu-se outra vez” E as esperanças flutuaram pra longe, deixando duas pessoas no cais. “Já são quase nove da manhã.” E eles foram embora, talvez tentar mais uma vez, talvez não.
Tamborilava os dedos incessantemente na mesa. As unhas faziam um barulho surdo ao baterem na superfície de madeira. Estava esperando impacientemente por ela. “Ah, oi, desculpa o atraso.” Ela chegou, não podendo ser chamada de radiante ou algo parecido, só de presente. “Ah, oi. Então, vamos caminhar lá fora? Já são quase cinco da manhã.” Ela assentiu e comentou. “Cara, por que você ainda insiste? Faz muito tempo que não tem o que dizer.” Ele olhou com uma cara igualmente desprovida de emoções. “Eu ando aqui pensando em nós dois. Será que temos tempo?” Ela deu de ombros, não por que não sentisse nada, só não sabia exatamente o que sentir. “Eu te fiz promessas que eu não posso apagar.” Ele fez um gesto que mostrava que não dava realmente a mínima pra aquelas promessas. “Logo você, que dizia saber, não sabe aonde quer chegar.” Sentaram-se na beira do cais, e ela deixou seus pés nus entrarem quase sem querer na água salgada do mar. E ele sentou-se ao seu lado, de pernas cruzadas. Passaram bastante tempo assim, tempo o suficiente para que ele olhasse para o relógio oito vezes, para que ela colocasse o próprio cabelo atrás da orelha cinco vezes, para que ele cruzasse o descruzasse as pernas quinze vezes, e pra que eles não se decidissem apesar de tudo. “Já são quase sete da manhã. Por que não se decide?” Ela tombou a cabeça pra o lado, e respirou fundo. “Joguei minhas fichas a muito tempo atrás” Ele estava desistindo, Jogando ao mar as esperanças. “Olha que fez, perdeu-se outra vez” E as esperanças flutuaram pra longe, deixando duas pessoas no cais. “Já são quase nove da manhã.” E eles foram embora, talvez tentar mais uma vez, talvez não.
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