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Mostrando postagens de julho, 2012

O Rio de Janeiro Continua Lindo

Hoje, só de curiosidade, fui procurar os preços de passagem pra o RJ e descobri que não são tão exorbitantes assim. Dá pra ir e voltar com uns 900 reais. Eu sei que é bastante dinheiro, mas eu esperava que fosse mais caro. Óbvio que eu não estava olhando os preços das passagens de hoje, até por que hoje eu não tenho esse dinheiro, e nem tenho essa liberdade de simplesmente jogar tudo pra o alto e me mandar pra o Rio. Olhei os preços de dezembro e janeiro, de ida e de volta. Dava pra passar quase um mês andando pelo meu amado Rio com algumas das minhas pessoas favoritas no mundo. Outro fato óbvio: meus pais não vão me comprar nenhuma passagem pro RJ, por uns quatro bons motivos Um: Sem dinheiro; Dois: A viagem da escola pra Salvador vai ser cara (isso é, se eu for, né); Três: Minhas notas estão um lixo; Quatro: Eu muito provavelmente vou ficar até Dezembro no colégio fazendo prova final. Eles tem ótimos motivos pra não me comprar passagem alguma, e eu compreendo bastante bem t

We Will Not Let You Go

Hoje foi um dia daqueles. Eu fiquei em dúvida se me animava pra festa ou me entristecia por causa da despedida. Escolhi fazer os dois. Me arrumei, Flora veio pra cá, Jean e Hulft também, fui de queixo erguido e coração na mão. E consegui aguentar o choro, incrivelmente, até a metade da festa. Mas foi totalmente impossível não chorar com Lola cantando Tears In Heaven e você tocando. Qual é, fala sério, é golpe baixo. Eu sempre choro com essa música normalmente, imagina se tem motivo pra chorar? Eu sei que você é uma criaturinha irritante, mas que vai fazer uma puta falta nos meus dias, ok? Vou morrer de saudades, infinitas saudades. E daí que são só seis meses? Ainda vou me acabar de saudades, sua coisa chata. Fico só lembrando, sabe? Eu te acordando na aula, a gente fazendo piadinhas escrotas tipo o "delta face", incentivando discussões esdrúxulas sobre nada, rindo a toa, implicando um com o outro, você me ouvindo quando eu tô #bolada e vice e versa, aqueles segredos, aquelas

I Think I'm Ready

Mudanças. Taí uma coisa que me assusta, de uma forma que eu nem sei explicar. Meu sonho de vida é cursar Comunicação Social na UFRJ, mas só de pensar em ir pra lá ano que vem, fico nervosa. Gostaria muito de passar um ano em um intercâmbio qualquer, ou em Israel, depois do vestibular, mas cogitar a possibilidade me enche de medo. Até cortar meu cabelo é uma mudança que me assusta, em alguns níveis. Esse vai ser um ano de mudanças, e daquelas que não dependem em nada de mim. Muitos intercâmbios (Ceci, Guz, Leo, Uchôa, Flora, Arthur, Will, os gêmeos, Vini, Isly e muitos outros), muitos namoros inusitados e completamente inesperados, muitos vestibulandos que pretendem partir, paixões recém adquiridas indo embora sem data pra voltar. E tudo isso independendo completamente de mim, que fique claro. Por que se dependesse mesmo da minha pessoa, todos iam morar no meu quarto, só sentindo o meu amor e vice-versa. A verdade mesmo é que eu sempre fui medrosa, mas meu maior medo foi de mudanças.

No Escape From Reality

Depois de descobrir um dos únicos lugares nessa cidade que vende Skittles (se não o único) e ver um monte de pessoas bebendo vinho e comendo frutos do mar em uma degustação das ostras do meu pai, voltei pra o meu apartamento e finalmente consegui beliscar alguma coisa. Tomei um banho, me vesti e fui pra casa de Flora, onde encontrei uma Caty Perry agressiva debaixo do cobertor, uma Flora de pijamas (do Harry Potter, vale salientar), e muitas risadas após uma visita engraçada ao orkut. Comemos e nos arrumamos pra a festa de volta ao Brasil de Vitória, a Festa da Lhama. Uma vez na festa, comemos mais (sim, eu sou uma baleia obesa) e rimos mais. Eu e Flora fomos em uma empreitada até o posto a procura de doces. Ficamos perto da piscina, rindo e discutindo maneiras interessantes de incomodar Gustavo, fantasias, paixões, comida, piadas e música ruim. Até conseguimos comprar uma briga estilo Guerra Fria com uma galera que insistia em colocar forró trash pra tocar. Depois de muitas conve

Blackbird Singing In The Dead Of Night

Deitado na cama. Não conseguia, de maneira alguma, encontrar uma posição confortável pra dormir. Já eram quase cinco da manhã. Suspirou. Os únicos barulhos eram do ar condicionado, da sua respiração, e do vizinho de cima, que aparentemente tinha insônia. Ficava refletindo sobre as comédias românticas que já fora obrigado a ver, e como elas sempre davam um jeito de dar certo com aquela mulher esquisita que o personagem conhecia em algum lugar inóspito e absurdamente clichê ao mesmo tempo. Quando se levantou, não muito tempo depois, pra se arrumar, lembrou do cheiro das coisas as quais ele não sentia mais o cheiro. Lembrou das coisas as quais ele não via mais. Saudade. Era essa a palavra. Conseguiu, por tempo o suficiente, manter as borboletas no estômago. Depois de mais uma noite em claro, sentou-se na beira da cama, esperando que alguma coisa acontecesse. Bocejou, apesar da clara falta de sono. Estava com um pressentimento estranho, novo, de que tudo ia dar certo. Não gostava muito d

With Or Without You

Fechou o zíper da mala, após tê-la aberto pela quinta vez. Não sabia para quê tanta cautela, eram só dois meses. Dois meses fora da sua zona de conforto. Enquanto arrastava as malas em direção a porta, pensava no que a fizera ir. Estava tudo constantemente nublado, sem nesgas de sol. E cansara de tentar, desesperadamente, que gostassem dela, de fazer as coisas darem certo. Quando alcançou o térreo, depois de quinze andares no elevador, colocou os óculos escuros. Arrastou as malas pra dentro de um táxi relativamente decrépito, que a levaria rumo ao seu novo destino. Tentou não pensar em nada enquanto a paisagem lá fora corria pelo seus olhos, mas era inevitável. Lá estava o café que ela não quis ir com o ex namorado. E por ali, o shopping de tantos almoços. Em uma esquina, um açaí, palco de confissões e encontros após as aulas de inglês que ela não frequentava mais. Muitos prédios e casas conhecidos, lugares de visitas agradáveis e desagradáveis. Passou pelo colégio que estudou a vida t

Just Remember I'll Be By Your Side

Tão jovens. Corriam pra lugar nenhum, sorriam por motivo algum, e deitavam na areia branca da praia por que o sol já estava pra nascer. Depois de umas cervejas, tudo ficava mais interessante, até rir de nada. Rir sem motivo, rir sem por que. Se a vela apagou por dentro, ainda existe um semblante pra sustentar. Danças sociais aparentemente frenéticas, cobertas com um pano quente pra amparar suas lágrimas. Triste, triste. Ela estava triste. Vendo a chuva cair na janela, semi absorta nos seus problemas de relacionamentos amorosos (o problema principal é que eles eram inexistentes). Gostava de ver como caíam as gotas no chão, bem pequenininhas, do oitavo andar. Se imaginava caindo lá de cima, que nem as gotas. E, assim, de repente, a dor se tornava tolerável.

Agora Você Nem Me Nota

Depois de uma conturbada manhã no sofá, duas horas de aula nas férias, e muito resmungar, resolvi que estava na hora de ir pra casa de Flora. Antes do escurecer, consegui chegar. Depois de brincar com a Caty Perry (nome criativo pra uma gata mascarada), ficar no pottermore, comer mousse de maracujá (no caso eu, por que sou uma gorda e me orgulho), e atormentar a vida da Caty com o espirrador de água, fomos intimadas a nos arrumar com rapidez, por que a mãe de Flora estava chegando. Corremos, nos vestimos, e fomos capazes de nos arrumar em tempo. Ao chegar no bar (que por acaso se chamava Eletro Cana Rock), encontramos poucos conhecidos. A medida que as pessoas iam chegando, o barulho ia aumentando e mais gente conhecida aparecia (inclusive a banda que ia tocar). Margot e Flora estavam com fome, e eu, bem, eu estou sempre com fome. Fomos em um barzinho suspeito (depois de um interrogatório dirigido a Iuri sobre como ele conseguiu água), que tinha uma estante cheia de cachaça barata, coc

Hold On To Your Kite

Dia 17 de julho de 2011 foi um dia triste. Acordei ao som de risadas infantis, mas não tinha nada de feliz. Levantei da cama em choque, andei até o banheiro sem conseguir derramar nenhuma lágrima. Me olhei no espelho. Cabelo desarrumado, olhos pesados, maquiagem da noite anterior ainda borrada da discussão quase decisiva que tive com o agora ex namorado. Roí minhas unhas. Sentei no chão do banheiro, de costas pra a porta, ainda sem derramar nenhuma lágrima. Tirei a blusa grande dos Beatles que usava como pijama e me enfiei embaixo do chuveiro, sem ligar a música do celular. A única coisa que me vinha em mente era o hospital. Estive no hospital antes. E disse pra ele que ia dar tudo certo, embora ele não pudesse me ouvir. Depois de sair do banho pesarosa, e vestir a mesma blusa, saí do banheiro. A atmosfera lá fora era diferente. Uma mistura de alegria infantil e pesar adulto. Acho que foi nessa manhã que eu cresci. Minha tia e minha prima estavam sentadas no sofá, conversando. Minha ou

Le Chariot

Me permitir fugir do que é a realidade passada na cara, esfregada e cansada de me dizer que não. Que não fizesse, que não fugisse, que encarasse. Por demais inútil, continuei correndo atrás. Indo atrás do impossível, e me deixando embeber por algo incauto, inalcançável, incerto. Mas de que serve a vida se não há espaço para fantasia? Que serve esse corpo de alma e carne se não há lugar para o obscuro? Com um senso mais apurado do que gosto ou não, sinto-me mais difícil de apetecer pelo raso, pelo inculto, pelo pouco ou pelo menos. De tanto sentir e ser liberdade, acabou transformando-se em libertinagem. Queria voltar a conseguir manter tudo junto, manter a cabeça erguida. Mas mudou. Não por que quis, mas foi obrigada. Todas as suas crônicas foram resvalando pelo ralo, e sentiu-se impotente até para fazer o que fazia pra descarregar. Quando voltou a fazê-lo, tinha tanta coisa aprisionada, tanta coisa sua que precisava cuspir, que soltou, mas de uma forma verborrágica e confusa. E esse f

Seu Chato

Óculos de grau avançado, bem colocados no rosto, diminuindo seus olhos amendoados. Sobrancelhas amenas. Olhar de compenetração no que estava fazendo, mas ao mesmo tempo, prestando atenção nos possíveis disparates que saíam das bocas ali presentes. Alto. Magro. Cabelos macios e escuros, pele morena e sorriso vitorioso, mas não irritante como os outros sorrisos. Cativante. Orgulhoso. Cabeça-dura. Seguia seu caminho ao som de Iron Maiden, com passadas largas demais para que ela pudesse acompanhá-lo. Gostava de conseguir o que queria. Era teimoso de um jeito que chegava a ser chato e irritante, apesar do grande amor que despendia quando achava que devia despender. Tirava notas boas em exatas, mas sempre foi uma negação em humanas. Romântico aparentemente incurável, não teve muitas namoradas. Duas meninas que o perderam por motivos distintos e imbecis. Lotado de sentimentos, que não deixa transparecer com facilidade. CORAJOSO (ele vai entender). Quando quer alguma coisa, faz por onde. Deter