Não acredito que não peguei a estrada certa! Merda, vou ter que esperar alguma alma viva aparecer por aqui pra me salvar. Quase sem gasolina nessa merda desse acostamento. Tudo que eu precisava pra vida nesse momento. Não vou gastar essa gasolina procurando nada, vou andar por aí a procura de um posto. Acho que estou perto do aeroporto, com alguma sorte acho aquele posto que fica lá perto também. Legal mesmo seria se não estivesse tão escuro, e eu não estivesse com o cu na mão por temer um maníaco sexual ou coisa que o valha me perseguindo por aqui. Essa cidade poderia ser mais bem iluminada, Deus do céu. Estou vendo luzes. Luzes brilhantes. Acho que é o tal posto. Espero que seja o tal posto. Pois é, eu tava certa. É o posto. Só que não tem ninguém lá, ao menos ninguém que vá me vender gasolina. Tem um loirinho gostoso com duas malas, sentado em uma delas, aparentemente esperando alguma coisa, com os fones no ouvido e uma cara de total desorientação.
- Ei! Você sabe de algum lugar que venda gasolina? - Cutuquei-o de uma forma meio brusca, mas era só o desespero falando.
- Hmm. No hablo su idioma - Ele me respondeu em um espanhol obviamente argentino. Um argentino, gostoso, bonito, perdido aqui? Sorte que eu falo espanhol.
- Hola, me llamo Bianca. Cual és tu nombre? Que haces acá? - Com um sorriso angelical e uma cara surpresa dele, começamos a conversar. (obs: vou começar a traduzir o espanhol direto pra português pra melhor entendimento do leitor)
- Me chamo Guillermo. Estava esperando um táxi, mas aparentemente, não apareceu nenhum. Cheguei no aeroporto há umas duas horas, e vim pra cá. Mas nada de táxi. E você, o que faz aqui? - Ele sorriu pra mim de uma forma encantadora. Ai, esses argentinos e seus charmes.
- Peguei a entrada errada na estrada e estou quase sem gasolina. Aí vim a pé até encontrar um posto. - E se ele for o maníaco sexual que eu tanto temia? Será que nas malas dele só tem clorofórmio? Dane-se, bonito assim não precisa nem estuprar.
- Entendo. Eu sei que acabamos de nos conhecer, mas eu realmente gostaria de sair daqui antes do amanhecer. Será que você podia me dar uma carona? - Guillermo parecia cansado e desorientado, e eu também estava. Então, por que não? O pior que poderia acontecer seria sexo selvagem no banco detrás do carro em um lugar isolado. Eu disse pior? Meu erro, quis dizer melhor.
- Claro. Mas antes de tudo, quanto de clorofórmio tem na sua mala? - Perguntei, em um tom de brincadeira.
- Clorofórmio? Que es eso? - Sorri. Esqueci que não faço a menor ideia de como se fala clorofórmio em espanhol, então acabou saindo em português.
- Nada, nada. Só me confirme que você não é nenhum estuprador louco que a carona rola sem problemas. - Ele negou com a cabeça, e isso me foi suficiente pra guiar aquele projeto de deus grego até o meu carro quase sem gasolina.
- Precisa de ajuda com o carro? - Olhei pra trás e vi um argentino lindo empurrando meu carro na direção que guiava até a cidade. Quase tasquei um beijo nele por tal ato de abnegação. Ao invés disso, entrei no carro para poder guiá-lo sem que este caísse de um desfiladeiro inexistente. Ofereci-o lugar DENTRO do carro, mas por muito tempo, não foi aceito. Depois de vinte minutos disso, vencido pelo cansaço, ele aceitou entrar.
- Não precisava ter feito isso. - Sorri, verdadeiramente feliz e consciente de que havia um posto que estaria aberto realmente perto dali.
- O mínimo que eu podia fazer por uma chica guapa que está me dando carona pra qualquer lugar que não seja aquele posto, no meio da madrugada. - Ele sorriu, até que eu avistei o posto.
- OLHA O POSTO! FINALMENTE, GASOLINA! - Acho que quebrei um possível clima entre o gato e eu. Merda. Chegamos ao posto, e enquanto o carro abastecia, fui até a conveniência 24h pra comprar docinhos pra mim. Preciso de açúcar pra funcionar.
- Quem é aquele moço loiro que está te acompanhando? - Perguntou a caixa pra mim, enquanto eu pagava meus doces.
- Meu sex slave. Gosto de exibi-lo por aí. Bonitinho, né? - Levei minha sacola e deixei pra trás uma abismada caixa da loja de conveniência. Fui pagar pela gasolina, porém Guillermo me fez outra surpresa.
- Eu não acredito que você pagou a gasolina. - Ele sorriu e puxou meu saco de docinhos.
- Fiz isso pela comida, não se engane. - Puxei o saco de volta.
- Pena que você não vai ganhar nenhuma. - Sorri. Então Guillermo me beijou. E acontece que ele é bom pra caralho nisso. Larguei os docinhos.
- Onde é que você disse que morava, mesmo? - Parou de me beijar pra fazer a pergunta. Eu, imbecil e ainda atordoada com o beijo repentino, demorei pra processar a informação.
- Tá trocando gasolina por sexo, é? - Depois dessa, eu deveria ganhar o prêmio de mais imbecil do ano.
- Não. Tô trocando sexo por sexo, chica. - Ainda retardada com a beleza daquele homem tão perto da minha cara feia, fui incapaz de dar uma boa resposta.
- Ah, tá. - Respondi, meio sem saber o que falar.
- Se não quiser, tudo bem. Só me deixar na... Qual o nome da rua mesmo? Não lembro, mas fica num bairro chamado Ponta Negra. - Afastou o rosto do meu pra procurar uns papéis na mochila, provavelmente procurando o nome da rua. O que eu sou, idiota? Puxei o braço dele e voltei aos beijos.
- Não disse que morava em lugar nenhum, mas não tenho nenhum problema em te mostrar. - E movi o carro de lugar, depois dessa cena incrível na frente da caixa da conveniência. Dirigi até em casa, desejando a cada segundo não estar naquela porcaria de carro, e sim em outros lugares muito mais interessantes com aquele gato.
Ao chegarmos na minha casa, quem é que precisou de roupas? E de camas? Balcões, chão, tapete, sofás. Tudo não foi feito pra intensificar o sexo? Não? Dane-se. A real é que vou rondar o aeroporto todo final de semana, a partir de hoje. Quando acabamos, nos vimos deitados no chão da sala, sorrindo. Bom? Ótimo. O que esse homem viu nessa gorda antipática? Não sei e prefiro não saber.
- Chica? - Voltou-se pra mim.
- Hm? - Voltei-me pra ele.
- Tenho que ir. -
- Tem mesmo? -
- Tenho. -
- Então vai. -
Abracei-o por trás. Ambos ainda nus, cansados, suados. Como um. Se ele foi? De que importa? Eu fiquei. Ficamos.
- Chica... -
- Não. -
- Como não? -
- Não vai, ué. -
- Mas tenho que ir. -
Ele fez menção de soltar minhas pernas que abraçam a cintura dele, e os meus braços que seguravam o seu peito. Não soltou. Abraçou-me de volta. No tapete quente do sol que entrava da janela, ficamos. E ficamos. Até que adormecemos, e quando acordei, nada restava. Andei, ainda desnuda, até a cozinha. As pernas doendo de me agarrar àquela cintura, e os braços por terem dormido embaixo do corpo dele.
Esperei o dia passar devagar, e passou. Vesti uma blusa comprida e velha, e fui comer na cozinha. Na geladeira, um bilhete.
Chica guapa, llama-me.
Seguido de um número de telefone. Disquei, com o coração na mão.
- Hola, chica. -
- Ei! Você sabe de algum lugar que venda gasolina? - Cutuquei-o de uma forma meio brusca, mas era só o desespero falando.
- Hmm. No hablo su idioma - Ele me respondeu em um espanhol obviamente argentino. Um argentino, gostoso, bonito, perdido aqui? Sorte que eu falo espanhol.
- Hola, me llamo Bianca. Cual és tu nombre? Que haces acá? - Com um sorriso angelical e uma cara surpresa dele, começamos a conversar. (obs: vou começar a traduzir o espanhol direto pra português pra melhor entendimento do leitor)
- Me chamo Guillermo. Estava esperando um táxi, mas aparentemente, não apareceu nenhum. Cheguei no aeroporto há umas duas horas, e vim pra cá. Mas nada de táxi. E você, o que faz aqui? - Ele sorriu pra mim de uma forma encantadora. Ai, esses argentinos e seus charmes.
- Peguei a entrada errada na estrada e estou quase sem gasolina. Aí vim a pé até encontrar um posto. - E se ele for o maníaco sexual que eu tanto temia? Será que nas malas dele só tem clorofórmio? Dane-se, bonito assim não precisa nem estuprar.
- Entendo. Eu sei que acabamos de nos conhecer, mas eu realmente gostaria de sair daqui antes do amanhecer. Será que você podia me dar uma carona? - Guillermo parecia cansado e desorientado, e eu também estava. Então, por que não? O pior que poderia acontecer seria sexo selvagem no banco detrás do carro em um lugar isolado. Eu disse pior? Meu erro, quis dizer melhor.
- Claro. Mas antes de tudo, quanto de clorofórmio tem na sua mala? - Perguntei, em um tom de brincadeira.
- Clorofórmio? Que es eso? - Sorri. Esqueci que não faço a menor ideia de como se fala clorofórmio em espanhol, então acabou saindo em português.
- Nada, nada. Só me confirme que você não é nenhum estuprador louco que a carona rola sem problemas. - Ele negou com a cabeça, e isso me foi suficiente pra guiar aquele projeto de deus grego até o meu carro quase sem gasolina.
- Precisa de ajuda com o carro? - Olhei pra trás e vi um argentino lindo empurrando meu carro na direção que guiava até a cidade. Quase tasquei um beijo nele por tal ato de abnegação. Ao invés disso, entrei no carro para poder guiá-lo sem que este caísse de um desfiladeiro inexistente. Ofereci-o lugar DENTRO do carro, mas por muito tempo, não foi aceito. Depois de vinte minutos disso, vencido pelo cansaço, ele aceitou entrar.
- Não precisava ter feito isso. - Sorri, verdadeiramente feliz e consciente de que havia um posto que estaria aberto realmente perto dali.
- O mínimo que eu podia fazer por uma chica guapa que está me dando carona pra qualquer lugar que não seja aquele posto, no meio da madrugada. - Ele sorriu, até que eu avistei o posto.
- OLHA O POSTO! FINALMENTE, GASOLINA! - Acho que quebrei um possível clima entre o gato e eu. Merda. Chegamos ao posto, e enquanto o carro abastecia, fui até a conveniência 24h pra comprar docinhos pra mim. Preciso de açúcar pra funcionar.
- Quem é aquele moço loiro que está te acompanhando? - Perguntou a caixa pra mim, enquanto eu pagava meus doces.
- Meu sex slave. Gosto de exibi-lo por aí. Bonitinho, né? - Levei minha sacola e deixei pra trás uma abismada caixa da loja de conveniência. Fui pagar pela gasolina, porém Guillermo me fez outra surpresa.
- Eu não acredito que você pagou a gasolina. - Ele sorriu e puxou meu saco de docinhos.
- Fiz isso pela comida, não se engane. - Puxei o saco de volta.
- Pena que você não vai ganhar nenhuma. - Sorri. Então Guillermo me beijou. E acontece que ele é bom pra caralho nisso. Larguei os docinhos.
- Onde é que você disse que morava, mesmo? - Parou de me beijar pra fazer a pergunta. Eu, imbecil e ainda atordoada com o beijo repentino, demorei pra processar a informação.
- Tá trocando gasolina por sexo, é? - Depois dessa, eu deveria ganhar o prêmio de mais imbecil do ano.
- Não. Tô trocando sexo por sexo, chica. - Ainda retardada com a beleza daquele homem tão perto da minha cara feia, fui incapaz de dar uma boa resposta.
- Ah, tá. - Respondi, meio sem saber o que falar.
- Se não quiser, tudo bem. Só me deixar na... Qual o nome da rua mesmo? Não lembro, mas fica num bairro chamado Ponta Negra. - Afastou o rosto do meu pra procurar uns papéis na mochila, provavelmente procurando o nome da rua. O que eu sou, idiota? Puxei o braço dele e voltei aos beijos.
- Não disse que morava em lugar nenhum, mas não tenho nenhum problema em te mostrar. - E movi o carro de lugar, depois dessa cena incrível na frente da caixa da conveniência. Dirigi até em casa, desejando a cada segundo não estar naquela porcaria de carro, e sim em outros lugares muito mais interessantes com aquele gato.
Ao chegarmos na minha casa, quem é que precisou de roupas? E de camas? Balcões, chão, tapete, sofás. Tudo não foi feito pra intensificar o sexo? Não? Dane-se. A real é que vou rondar o aeroporto todo final de semana, a partir de hoje. Quando acabamos, nos vimos deitados no chão da sala, sorrindo. Bom? Ótimo. O que esse homem viu nessa gorda antipática? Não sei e prefiro não saber.
- Chica? - Voltou-se pra mim.
- Hm? - Voltei-me pra ele.
- Tenho que ir. -
- Tem mesmo? -
- Tenho. -
- Então vai. -
Abracei-o por trás. Ambos ainda nus, cansados, suados. Como um. Se ele foi? De que importa? Eu fiquei. Ficamos.
- Chica... -
- Não. -
- Como não? -
- Não vai, ué. -
- Mas tenho que ir. -
Ele fez menção de soltar minhas pernas que abraçam a cintura dele, e os meus braços que seguravam o seu peito. Não soltou. Abraçou-me de volta. No tapete quente do sol que entrava da janela, ficamos. E ficamos. Até que adormecemos, e quando acordei, nada restava. Andei, ainda desnuda, até a cozinha. As pernas doendo de me agarrar àquela cintura, e os braços por terem dormido embaixo do corpo dele.
Esperei o dia passar devagar, e passou. Vesti uma blusa comprida e velha, e fui comer na cozinha. Na geladeira, um bilhete.
Chica guapa, llama-me.
Seguido de um número de telefone. Disquei, com o coração na mão.
- Hola, chica. -
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