Pular para o conteúdo principal

Just Remember I'll Be By Your Side

Tão jovens. Corriam pra lugar nenhum, sorriam por motivo algum, e deitavam na areia branca da praia por que o sol já estava pra nascer. Depois de umas cervejas, tudo ficava mais interessante, até rir de nada. Rir sem motivo, rir sem por que. Se a vela apagou por dentro, ainda existe um semblante pra sustentar. Danças sociais aparentemente frenéticas, cobertas com um pano quente pra amparar suas lágrimas. Triste, triste. Ela estava triste. Vendo a chuva cair na janela, semi absorta nos seus problemas de relacionamentos amorosos (o problema principal é que eles eram inexistentes). Gostava de ver como caíam as gotas no chão, bem pequenininhas, do oitavo andar. Se imaginava caindo lá de cima, que nem as gotas. E, assim, de repente, a dor se tornava tolerável.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Espero nunca te perder

Flashes. Todos disparavam na minha cara, como lanternas ofuscantes. Tudo que eu queria era um banho, quente, de banheira. Isso seria possível se os paparazzis me deixassem em paz. Paz. Estava aí uma coisa que eu precisava. Nada melhor do que o anonimato. Por que todo mundo quer ser famoso, afinal? Eu fiquei famosa, mas perdi tudo que me importava de verdade. Meus amigos, familiares, e principalmente você. Os perdi indefinidamente, e infelizmente não sabia como voltar. Aos teus abraços, aos teus beijos e ao teu carinho. Nada disso valia. Eu jogaria tudo pro alto por um simples aceno teu. Mas agora não conseguia falar contigo. E não querias falar comigo. Não depois do modo como eu o humilhei. Indiretamente, mas humilhei. Aqueles rumores jamais deveriam ter ido parar nas revistas. Estúpido concurso. Se eu não tivesse me inscrito nele, jamais teria me separado de ti. Confesso que viver sobre os holofotes não me apetece mais. Nada me apetece mais sem você. Aquele concurso de escrita foi min...

Ventura (Parte 1)

“Som de tapa seguido de um longo e sofrido suspiro. Cortinas abrem, Brenda caída no chão.” BRENDA: Do meu pranto, veio a lágrima. Da lágrima, verteu o sofrer. Qual diferente sina me aguarda? Hei de contar-lhes minha história, hei de vencer o porvir. O futuro, tão incerto, mas quem sabe menos sofrido que o presente viver. “Brenda sai, entra Artur” ARTUR: Que fúnebre entardecer. O objeto que me desperta fúria é o mesmo que me desperta o amor. Que hei de fazer? Pobre de mim, que amo, mas não sei fazê-lo. “Anda até a cama, onde encontra uma camisola antiga de Brenda. Pega a camisola e a abraça” ARTUR: Minha amada! Que saudades guardo de ti, no meu pequeno coração. Pobre de mim, pobre de ti. “Sai Artur, deixando a camisola em cima da penteadeira. Entra Helô” HELÔ: Sempre há o que se arrumar! Só discutem, sempre há um pormenor! Vinte anos vivendo sob os mesmos fantasmas. Tenha piedade, Deus. “Helô dobra a camisola e deposita em cima do travesseiro. Sai Helô. Entram Tomás e Bia” TOMÁS: Vossa...

Chuva

A imagem clichê da boemia juvenil de uma semi mulher sentada na frente do laptop, com um cigarro na mão, uma blusa larga digitando asneiras num microblog online. Queria ser josé saramago. Compartia com ele o coração de carne que sangrava todo dia, o vício no cigarro e o desgosto por parágrafos e letras maiúsculas. Que difícil que é digitar segurando um cigarro. Apagou o que segurava pra melhor vomitar palavras sem nexo e sem conexão, de maneira furiosa, no teclado à sua frente. Sem nexo, furiosa e sem conexão, na verdade, eram palavras chave do poço de sentimentos adversos e cruéis que assolavam sua alma, meio mazelada, pendendo pra a reclusão. Sempre disse a si mesma que seu sofrimento era belo quando colocado em palavras, e esse texto era uma desesperada tentativa de ver beleza na dor. Não aguentava mais encher o feed de textos sobre si, por que tinha a leve (e correta) impressão que todos cansaram de lhe dar ibope por coisas vazias, mas cheias de coisas que ela tirava do profundo ...