Tão jovens. Corriam pra lugar nenhum, sorriam por motivo algum, e deitavam na areia branca da praia por que o sol já estava pra nascer. Depois de umas cervejas, tudo ficava mais interessante, até rir de nada. Rir sem motivo, rir sem por que. Se a vela apagou por dentro, ainda existe um semblante pra sustentar. Danças sociais aparentemente frenéticas, cobertas com um pano quente pra amparar suas lágrimas. Triste, triste. Ela estava triste. Vendo a chuva cair na janela, semi absorta nos seus problemas de relacionamentos amorosos (o problema principal é que eles eram inexistentes). Gostava de ver como caíam as gotas no chão, bem pequenininhas, do oitavo andar. Se imaginava caindo lá de cima, que nem as gotas. E, assim, de repente, a dor se tornava tolerável.
“Som de tapa seguido de um longo e sofrido suspiro. Cortinas abrem, Brenda caída no chão.” BRENDA: Do meu pranto, veio a lágrima. Da lágrima, verteu o sofrer. Qual diferente sina me aguarda? Hei de contar-lhes minha história, hei de vencer o porvir. O futuro, tão incerto, mas quem sabe menos sofrido que o presente viver. “Brenda sai, entra Artur” ARTUR: Que fúnebre entardecer. O objeto que me desperta fúria é o mesmo que me desperta o amor. Que hei de fazer? Pobre de mim, que amo, mas não sei fazê-lo. “Anda até a cama, onde encontra uma camisola antiga de Brenda. Pega a camisola e a abraça” ARTUR: Minha amada! Que saudades guardo de ti, no meu pequeno coração. Pobre de mim, pobre de ti. “Sai Artur, deixando a camisola em cima da penteadeira. Entra Helô” HELÔ: Sempre há o que se arrumar! Só discutem, sempre há um pormenor! Vinte anos vivendo sob os mesmos fantasmas. Tenha piedade, Deus. “Helô dobra a camisola e deposita em cima do travesseiro. Sai Helô. Entram Tomás e Bia” TOMÁS: Vossa...
Comentários
Postar um comentário