Óculos de grau avançado, bem colocados no rosto, diminuindo seus olhos amendoados. Sobrancelhas amenas. Olhar de compenetração no que estava fazendo, mas ao mesmo tempo, prestando atenção nos possíveis disparates que saíam das bocas ali presentes. Alto. Magro. Cabelos macios e escuros, pele morena e sorriso vitorioso, mas não irritante como os outros sorrisos. Cativante. Orgulhoso. Cabeça-dura. Seguia seu caminho ao som de Iron Maiden, com passadas largas demais para que ela pudesse acompanhá-lo. Gostava de conseguir o que queria. Era teimoso de um jeito que chegava a ser chato e irritante, apesar do grande amor que despendia quando achava que devia despender. Tirava notas boas em exatas, mas sempre foi uma negação em humanas. Romântico aparentemente incurável, não teve muitas namoradas. Duas meninas que o perderam por motivos distintos e imbecis. Lotado de sentimentos, que não deixa transparecer com facilidade. CORAJOSO (ele vai entender). Quando quer alguma coisa, faz por onde. Determinado. Incrivelmente chato sempre que possível, mas faz por amor. Tem como banda favorita Iron Maiden. Valoriza muito os amigos. Tem um caderno do piratas do caribe, que costumava usar pra Eucaristia. Gosta de cinema, futebol americano, música, do seu violão, de mim (me achando hehe. Mas nem gosta, risos), de animes, mangás, matemática. Não sabe usar propriamente todas as regras da gramática. Não bebe, e não é fã dos seus amigos bebendo. É super protetor, mas de um jeito fofo. Fofo, inteligente, interessante. Não é mestre em escrever cartas, mas me escreveu uma que eu ainda guardo na carteira. Atualmente está no último ano do ensino médio, e anda relativamente carente. Apesar de todo o amor que nutrimos por ele. Em suma, era discreto, simpático, bonito, e desejável. Um amor de pessoa. Quando queria, era um perfeito babaca. Mas eram raros momentos nos quais queria. Um enigma que se desenrolava na mesa, mas só pra quem prestava atenção. Uma constante, apesar de demasiado ausente. Curioso. Estressante. Conseguia incomodar como ninguém. Mas querido de formas que nem ele sabia imaginar.
(É, Costa, eu escrevi o texto. Qualquer dúvida, pode me perguntar, coisa.)
Eu sobrevivo, eu sobrevivo! Polônia. Tempos difíceis, todas as pessoas consideradas indesejadas estavam indo embora para terras quentes, infestadas com o odor da novidade, do fervor da fuga. A saída sorrateira do país desencontrava amores, despistava amantes. Numa casa, não muito longe do centro de Varsóvia, uma mulher suspirava. Lia e relia a única carta do amado, com o perfume quase se esvaindo do papel, letras borradas das lágrimas que ambos derramaram naquele frágil pedaço de papel, cheio de promessas e saudades. Rosa, tão bela Rosa. Tive que partir, e você sabe minhas motivações. Deixo-lhe com um aperto no peito, beijos em tuas mãos e com dissabores na vida. Prometo-lhe notícias, em breve, da carta que precisas para deixar o país, e vir, finalmente, me encontrar. Ansiosamente, aguardo-te e sonho contigo todas as noites. Porém, a vida nos trópicos está me fazendo bem. Quase não se vê sinal das minhas tosses. Estou empregado, trabalhando na fábrica de alumínio. Moro com mais doi
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