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(In)utilidade


A escola me chateia. Muito. É, eu sei que todo mundo diz isso. Mas não me importa. Eu detesto aquele cubículo que chamam de “sala de aula”. Odeio aquelas grades que eles usam para “proteção”. Repugno o cheiro daquele lugar. Os únicos motivos remotamente claros na minha mente pra que eu continue indo para aquele lugar é que cada dia que eu passo lá, é um dia a menos que eu tenho que agüentar esse inferno. E que, também, um certo ser irritantemente certo uma vez me perguntou uma coisa. Eu afirmei que todos os seres vivos tinham uma função, menos os humanos. E ele perguntou qual a função dos gatos e cachorros. Eu não soube responder. Então ele disse que ele tinha uma função. Melhorar as condições de vida da espécie dele. E eu disse que eu não tinha utilidade nenhuma. Ele disse que era uma pena. Alguns minutos depois, eu disse que eu tinha uma utilidade, e me foi perguntada qual. Respondi que era entreter as pessoas com os meus textos. Mas isso não será possível se eu não for à escola. Eu quero ter uma função aqui. E, se pra isso eu tiver que agüentar gente me dizendo o que fazer, coisa que eu odeio, que assim seja. Por que, por mais que tentemos e queiramos a vida não se trata só de bolo e sorvete. Também se trata de jiló. E por mais que eu nunca vá aceitar isso enquanto eu viver, talvez valha a pena o fim do anarquismo. Ou talvez não.

Comentários

  1. Bee, eu tenho orgulho de você. E eu tenho orgulho de fazer parte da sua vida. Eu não sei se voce pode deduzir quem eu sou. Mais isso é irrelevante. Bee, no meu ponto de vista, você é a minha melhor amiga. E você pode ter certeza que eu não poderia ter mais orgulho do seu talento. Reconheça o seu valor, Wainberg. E, outra coisa. André. Haha. Espertinha. Agora acho que voce já sabe quem eu sou né? Legal. Tanto faz. André. Hhaushaushas. Te amo Bianna.

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  2. É, foi o André, mesmo. Mas o que ele falou me fez pensar, sabe? U_U

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