Cabelos não muito compridos, e lisos. Algumas espinhas na cara, nada anormal pra uma adolescente a caminho do final dessa jornada. Geralmente compenetrada e nunca separada dos seus fones de ouvido. Tinha um gosto musical considerado incomum na maior parte dos círculos sociais da cidade. Apesar de incomum, era parecida, e era diferente. Se destacava do rebanho. Tinha suas ideias bem claras na cabeça, seus sonhos no lugar. Não era alta nem baixa. Namorados, não tivera muitos. Sempre cercada das mais diversas pessoas. Complexa, fechada, porém interessante e bem disposta a conhecerr pessoas. Foi assim que a conheci. Do nada, começamos a manter contato virtual, que evoluiu pra contato diário na escola. Contato essencial para manter parte da sanidade mental, vale salientar. Tem complexos e histórias mal resolvidas, que se desenrolam diante dos seus olhos, e com frequência sem interferência dela mesma, só do coração. Coração sobropõe razão, mesmo que a doa admitir. Vive em constante conflito consigo mesma e com o mundo ao redor, numa relação de amor e ódio. Costuma ostentar um sorriso afiado e instigante, principalmente quando o assunto é do seu interesse. Seus constantes conflitos começam das suas paranóias, bonitas paranóias, que assolam frequentemente sua imaginação demasiado fértil. Fã de Clarice, Caio e Los Hermanos, encontra conforto na palavra escrita, seja essa vinda da ponta dos seus dedos, ou da ponta dos dedos de outros. Apaixonada pela literatura, música e teatro. Inteligente, apesar de não parecer consciente de tal capacidade. Um enigma ambulante, principalmente para os desconhecidos. Versátil. Inconsciente da beleza interior e dos atrativos que possui. É ela, a Rainha.
“Som de tapa seguido de um longo e sofrido suspiro. Cortinas abrem, Brenda caída no chão.” BRENDA: Do meu pranto, veio a lágrima. Da lágrima, verteu o sofrer. Qual diferente sina me aguarda? Hei de contar-lhes minha história, hei de vencer o porvir. O futuro, tão incerto, mas quem sabe menos sofrido que o presente viver. “Brenda sai, entra Artur” ARTUR: Que fúnebre entardecer. O objeto que me desperta fúria é o mesmo que me desperta o amor. Que hei de fazer? Pobre de mim, que amo, mas não sei fazê-lo. “Anda até a cama, onde encontra uma camisola antiga de Brenda. Pega a camisola e a abraça” ARTUR: Minha amada! Que saudades guardo de ti, no meu pequeno coração. Pobre de mim, pobre de ti. “Sai Artur, deixando a camisola em cima da penteadeira. Entra Helô” HELÔ: Sempre há o que se arrumar! Só discutem, sempre há um pormenor! Vinte anos vivendo sob os mesmos fantasmas. Tenha piedade, Deus. “Helô dobra a camisola e deposita em cima do travesseiro. Sai Helô. Entram Tomás e Bia” TOMÁS: Vossa...
Comentários
Postar um comentário