Hoje, pela segunda vez no ano, fui ao aeroporto. Mas não fui com o intuito de viajar. Fui deixar uma das pessoas mais importantes pra mim (um grande pedaço do meu mundo, vale salientar) partir, por 10 meses. Dez meses de pura melancolia. Acho que desde que a gente se conhece não houve intervalo tão grande na nossa amizade. E eu sou covarde o suficiente pra ter que escrever sobre, ao invés de falar. Então, primeiro vou começar dizendo o óbvio (ao menos pra você, espero): Eu te amo, sua porcaria.
Tendo dito isso, vou contar como o meu coração ficou apertado quando você surgiu, do nada, com a ideia de um intercâmbio. Estava empolgada por ter tantas ideias sobre isso, e de acordo com você, só faltava convencer sua mãe. E uma pequena parte de mim torceu pra tia Cida ter o bom senso de te acorrentar na sua cama, pra você nunca sair. Me afligiu quando, depois de um tempo, a resposta dela foi assertiva. Digo, fiquei feliz por você estar podendo ter uma experiência tão boa, e poder estar fazendo algo que você queria. Mas me apertou o peito que o seu querer fosse tão longe, na Rússia.
O tempo foi passando, e o intercâmbio foi ficando mais próximo. Eu me recusei a aceitar que o dito cujo se aproximava. Como assim, dez meses sem te incomodar? Sem ir na sua casa, sem poder chorar no seu ombro, sem poder rir com você, sem poder partilhar cada acontecimento das nossas vidas, sem poder reclamar da vida, sem poder ir pra sua casa depois de uma prova particularmente babaca pra comer e xingar um professor particularmente babaca. Que seria de mim? Só Deus sabe. E só Deus tá sabendo, mesmo, por que acho que não caiu a ficha que você não tá em Natal. Não sei se é por que eu me acostumei com a sua ausência contínua na escola nesses tempos pré intercâmbio, mas ainda não caiu a ficha. Uma semana que você tá fora e não consigo acreditar que você foi. A Rússia tá sendo uma experiência incrível, e é bom que você traga muita vodka pra mim, se não, não vou poder te perdoar por essa lacuna tão grande nos meus dias.
Pra a sua despedida, fui a procura dos seus álbuns de criança. E quantas fotos nossas eu achei? Muitas. Tive que me segurar pra não desabar ali, na frente de todo mundo. E segurei. Nossa apresentação de sereias, altos carnavais e são joãos na Casa Escola. Festas de aniversário das duas, aquelas fotografias antigas que fazem sorrir quando a gente tá triste. E eu sorri, ao invés de chorar. Chorei depois, sozinha, no meu quarto. Algumas vezes trancada no banheiro da escola. Acho que a pior parte foi que eu não pude te mandar uma mensagem, te obrigando a sair da sala pra ir me abraçar, por que você estava em um avião, sobrevoando o Brasil.
As vezes lembro das nossas coisas. Dos filmes que eu fui aí ver, das noites que eu dormi aí, das vezes que você foi pra roça, da praia, dos vídeos, dos risos. Quando é que você volta, mesmo?
Com muito amor e saudades,
Abelha.
Tendo dito isso, vou contar como o meu coração ficou apertado quando você surgiu, do nada, com a ideia de um intercâmbio. Estava empolgada por ter tantas ideias sobre isso, e de acordo com você, só faltava convencer sua mãe. E uma pequena parte de mim torceu pra tia Cida ter o bom senso de te acorrentar na sua cama, pra você nunca sair. Me afligiu quando, depois de um tempo, a resposta dela foi assertiva. Digo, fiquei feliz por você estar podendo ter uma experiência tão boa, e poder estar fazendo algo que você queria. Mas me apertou o peito que o seu querer fosse tão longe, na Rússia.
O tempo foi passando, e o intercâmbio foi ficando mais próximo. Eu me recusei a aceitar que o dito cujo se aproximava. Como assim, dez meses sem te incomodar? Sem ir na sua casa, sem poder chorar no seu ombro, sem poder rir com você, sem poder partilhar cada acontecimento das nossas vidas, sem poder reclamar da vida, sem poder ir pra sua casa depois de uma prova particularmente babaca pra comer e xingar um professor particularmente babaca. Que seria de mim? Só Deus sabe. E só Deus tá sabendo, mesmo, por que acho que não caiu a ficha que você não tá em Natal. Não sei se é por que eu me acostumei com a sua ausência contínua na escola nesses tempos pré intercâmbio, mas ainda não caiu a ficha. Uma semana que você tá fora e não consigo acreditar que você foi. A Rússia tá sendo uma experiência incrível, e é bom que você traga muita vodka pra mim, se não, não vou poder te perdoar por essa lacuna tão grande nos meus dias.
Pra a sua despedida, fui a procura dos seus álbuns de criança. E quantas fotos nossas eu achei? Muitas. Tive que me segurar pra não desabar ali, na frente de todo mundo. E segurei. Nossa apresentação de sereias, altos carnavais e são joãos na Casa Escola. Festas de aniversário das duas, aquelas fotografias antigas que fazem sorrir quando a gente tá triste. E eu sorri, ao invés de chorar. Chorei depois, sozinha, no meu quarto. Algumas vezes trancada no banheiro da escola. Acho que a pior parte foi que eu não pude te mandar uma mensagem, te obrigando a sair da sala pra ir me abraçar, por que você estava em um avião, sobrevoando o Brasil.
As vezes lembro das nossas coisas. Dos filmes que eu fui aí ver, das noites que eu dormi aí, das vezes que você foi pra roça, da praia, dos vídeos, dos risos. Quando é que você volta, mesmo?
Com muito amor e saudades,
Abelha.
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