Andando pela rua, pensando no que ia fazer quando chegasse em casa. Deleitava-se com a possibilidade de só deitar na cama e ligar pra alguém, passar horas lá, deitada, conversando e rindo. Muito tempo que não se sentia assim. Leve, leve. Apesar de parecer que quase tudo ao seu redor explodia levemente ao som de uma sinfonia de beethoven, ela se sentia como se pudesse flutuar a qualquer momento. Sim, andara tendo crises inexplicáveis de choro. Mas, de uma forma ou de outra, não se sentia sozinha ou desamparada. Sentia como se tivesse sempre alguém ali. Alguém pra ela ir conhecendo e se apaixonando pelas coisas mais bobas, pelo jeito mais simples. Alguém pra quem ela não teria vergonha de dedicar os escritos mais bregas e cheios de significância. Alguém pra me ver chorar, no meio de uma crise totalmente sem sentido. Alguém que não a fosse julgar pelas besteiras que ela já fez. E quando julgou que nunca mais ia sentir-se assim, que nunca mais ninguém seria capaz de sentir alguma coisa por