Essa semana não tive sessão de análise.
Concomitantemente, o Brasil me quebrou. A ansiedade me quebrou. A imagem de pessoas catando ossos no lixo pra sobreviver não sai da minha cabeça. O escândalo nazista da prevent sênior ecoa no meu juízo sempre que fecho os olhos.
Todas as coisas que me aconteceram e nos aconteceram e aconteceram com eles e elas e elus ecoam dentro de mim o tempo todo, não descanso, não durmo, não sonho. Existo em estado de ansiedade e com constante medo e tensão e desejo de fugir e uma voz que não se cala dentro de mim que diz que não tem nada que eu possa fazer, mas que eu preciso fazer alguma coisa, que eu preciso consertar o problema em mim e lá fora e destronar bolsonaro e trabalhar e fazer dinheiro e paquerar e ser saudável e emagrecer e ter saúde mental e ser um ser humano totalmente funcional equilibrado estabilizado mesmo quando o mundo lá fora tá se explodindo em caos, loucura e dor.
Tudo isso com um sorriso no rosto, raiva no peito e gratidão por ter um emprego e uma casa.
Especialmente massacrada nessa quinta feira de setembro.
Derrotada, desesperançosa e cansada.
Ontem não consegui dormir muitas horas, meus pensamentos flutuaram pra o caos dentro de mim, pra o caos lá fora. Pra os meus arrependimentos, pra as coisas que disse e que não disse e pras pessoas que gosto, que estão aqui.
A raiva e a tristeza me consomem, mas descarregar e escrever sobre elas me tira um dos pesos de 1000kg do peito. Dividir as angústias, mesmo que comigo mesma em forma de texto me tranquiliza um pouco. Remenda um pouco do que resta das minhas entranhas e organiza meus pensamentos.
A ordem e organização são meu espaço seguro desde 2008. Felizmente ainda existe um repositório virtual pra os meus pensamentos que beiram a insanidade.
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