... That nights are made for saying things that you can't say tomorrow day
Acordou, com a face iluminada pelo sol do meio dia. Já acordou irritada. Magoada por que o sol tinha que nascer, aquele sol causticante, que lhe beijava os cabelos quando andava na rua, aquele sol irritante que lhe lambia os olhos quando corria na praça. A noite era tão mais bela. Carregava coisas que o sol não podia levar. Levava pra longe, bem longe, a vergonha da luz do dia. A noite era tão linda, pena que finda. Descobriu, posteriormente, que dormiu pouco menos de vinte minutos. A noite, dessa vez, lhe pareceu borrada. Borrada de mal entendidos. Por que, Deus, tinha que ter uma boca tão grande quando bêbada? Por que sempre bebia como se não houvesse amanhã? O problema, como sempre, é o que o amanhã sempre chega.
E quando chega, inunda a burra que não mais está bêbada, de sentimentos adversos e diversos sobre si mesma. Ah, como seria fácil se pudesse apenas passar uma borracha na cabeça dos outros também.
Desenhou pra si uma imagem mental tão trabalhada, tão irreal, que mergulhou e não percebeu. Se tivesse percebido, teria mergulhado mais fundo. A realidade é feia e machuca. O sonho, tão lindo e repleto de sono, ajuda a respirar aliviada.
E agora, José? Agora o não dito virou dito, mas, como sabia, não era o propriamente dito, mas sim o mal dito que lhe assolava.
Assombrava de modo tão intenso que lhe deixava sem ar. E as cavidades do seu pulmão murchavam.
O problema do mal dito, e do não dito são semelhantes. Ambos não deveriam ser ditos. Ambos deveriam manter-se dentro da boca, dentro das paredes, que de noite ouviam todo mundo chorar. Ambos, por fim, causavam mais problemas do que deveriam.
Precisava desmentir de um jeito indireto. Precisava preservar-se. Precisava estancar aquele sentimento frequente de solidão insistente e pertinente, que vaga dentro dela sem que ela possa evitar.
A partir de agora, dependia da sorte. Sorte de que a noite passou, e deixou nada mais do que um silêncio incômodo, um vazio na boca, e um copo de desilusão.
Acordou, com a face iluminada pelo sol do meio dia. Já acordou irritada. Magoada por que o sol tinha que nascer, aquele sol causticante, que lhe beijava os cabelos quando andava na rua, aquele sol irritante que lhe lambia os olhos quando corria na praça. A noite era tão mais bela. Carregava coisas que o sol não podia levar. Levava pra longe, bem longe, a vergonha da luz do dia. A noite era tão linda, pena que finda. Descobriu, posteriormente, que dormiu pouco menos de vinte minutos. A noite, dessa vez, lhe pareceu borrada. Borrada de mal entendidos. Por que, Deus, tinha que ter uma boca tão grande quando bêbada? Por que sempre bebia como se não houvesse amanhã? O problema, como sempre, é o que o amanhã sempre chega.
E quando chega, inunda a burra que não mais está bêbada, de sentimentos adversos e diversos sobre si mesma. Ah, como seria fácil se pudesse apenas passar uma borracha na cabeça dos outros também.
Desenhou pra si uma imagem mental tão trabalhada, tão irreal, que mergulhou e não percebeu. Se tivesse percebido, teria mergulhado mais fundo. A realidade é feia e machuca. O sonho, tão lindo e repleto de sono, ajuda a respirar aliviada.
E agora, José? Agora o não dito virou dito, mas, como sabia, não era o propriamente dito, mas sim o mal dito que lhe assolava.
Assombrava de modo tão intenso que lhe deixava sem ar. E as cavidades do seu pulmão murchavam.
O problema do mal dito, e do não dito são semelhantes. Ambos não deveriam ser ditos. Ambos deveriam manter-se dentro da boca, dentro das paredes, que de noite ouviam todo mundo chorar. Ambos, por fim, causavam mais problemas do que deveriam.
Precisava desmentir de um jeito indireto. Precisava preservar-se. Precisava estancar aquele sentimento frequente de solidão insistente e pertinente, que vaga dentro dela sem que ela possa evitar.
A partir de agora, dependia da sorte. Sorte de que a noite passou, e deixou nada mais do que um silêncio incômodo, um vazio na boca, e um copo de desilusão.
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