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Solitudine di numeri primi.

Depois de passar o dia inteiro deitada na cama, vendo House, me entupindo de chocolate e com a mesma camisa de botão que foi do meu avô, recebi notícias interessantes. Mais um dos meus amigos está namorando. É ótimo, principalmente por que torço sempre pela felicidade das pessoas que me são agradáveis, e que fazem minha vida agradável. E é bom que elas tenham mais alguém nas suas vidas, para que estas sejam agradáveis. Mas e eu? Cadê a pessoa agradável pra me fazer uma pessoa menos desagradável? Chocolate meio amargo, eu. Só que mais amargo do que meio. Sem apelar pra o sentimentalismo barato, que desse já tem de monte por aí, é tão ruim ficar sozinho. Principalmente quando todo mundo já tem planos pra o futuro, pra a vida a dois, ou pra a sua solidão solene. Mas o que eu faço com a MINHA solidão? Jogo pela janela? Nunca fui a maior fã de ficar sozinha. Não sei se é medo, ou falta da independência que sempre julguei possuir, só acho que é falta de alguma coisa, mas não sei do quê. É tão engraçado como as vezes, a solidão é o que eu quero, mas eu mudo de ideia no instante que ninguém me pergunta por que eu quero ficar sozinha. Quero menos respeito com esse tipo de privacidade. Quero ser amada por alguém que não meus pais. Canso de ser deixada de lado. E tem o sexo, também. Por que tudo é sempre sobre sexo. Sempre sobre uma vida a dois que eu não sei experimentar. Eu tento experimentar, mas não consigo. Será que eu sou daquelas pessoas que é um daqueles livros chatinhos, mas que não se consegue tirar os olhos, até descobrir um final? Mas é esse o problema: eu não tenho um final. Pelo menos não um final interessante ao grande público. Creio que nem interessante a mim. Mas o meu casual desinteresse nas coisas da vida mostra meu casual desinteresse nas coisas que eu faço. Todo mundo gosta de quem gosta de si. Mas eu, o que faço?
Deixo a solidão no aguardo, e espero você voltar.

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