I'll feel my soul crumbling away
and falling away
falling away with you
Algo escapando pelos meus dedos frouxos e pego no último segundo. Era uma foto. Uma foto de dias mais felizes. Dias em que eu era mais feliz. Dias menos propensos a uma tempestade de emoções. A foto consistia em uma eu de uns meses atrás, com um sorriso nada ensaiado, cercada de pessoas queridas, vestida com um vestido rendado e branco. Joguei a foto no chão. Me arrastei de péssima vontade para a cozinha e enchi uma tijela funda o suficiente pra que eu me afogasse de sorvete. Voltei pra o divã da minha janela e observei o orvalho pontuar as folhas da madrugada. Não conseguia lembrar de quando fora bom. Sentia gotículas de suor escorrendo pelas palmas da sua mão. Enxougou-as delicadamente no seu lençol. Caminhou pela grama, esmagando levemente as folhas orvalhadas e intocadas da manhã. Caminhou sozinha até os balanços de um parquinho infantil que tinha por perto e sentou-se nele, quase sem forças, quase ficando tão orvalhada quanto aquelas folhas da manhã. Estava de pijamas. Seu pijama era uma camisola um pouco abaixo do joelho e meias, que agora se encontravam molhadas e meio sujas. Não importava o quanto achava que tinha crescido, continuava fazendo os mesmos erros de novo, e de novo, e de novo. E magoando as mesmas pessoas, e sendo a mesma pessoa totalmente deságradavel de sempre. As lágrimas começaram a escorrer lentamente. O frio começou a enregelar seus ossos, mas ela não pareceu se importar. Continuou caminhando lentamente até a banca de frutas mais próxima. Tinha dinheiro no soutien que colocou antes de sair de casa. Comprou cerejas frescas, mas não antes de enxugar o rosto com uma das pontas da camisola, pra que a vermelhidão dos seus olhos fosse atribuída ao sono. Andou a esmo, mas não de verdade. Só andou de um modo a parecer que não tinha um rumo, quando na verdade, tinha um. Não morava longe. Só continuou caminhando, com frio, cansada. Andava fazendo isso com maior frequência desde que começara a tomar os remédios. Dilacerou as cerejas com golpes rápidos dos cisos, sem mesmo tirar os caroços. Não tinha ninguém na rua a essa hora, antes das seis da manhã. Só alguns retardatários de festas, e uns bêbados e mendigos que dormiam um sono tranquilo nas calçadas forradas com papelão. Chegou ao bosque que antecedia seu banquinho favorito. Um sorriso em forma de esgar iluminou seu rosto pontilhado pelas lágrimas. Lá estava, no chão, o que ela andava todas as manhãs pra ver. Estava como sempre esteve. As lágrimas pontuaram de novo a sua face, de modo a que parecesse que ela estava chorando exclusivamente de alegria, mas a tristeza ainda estava pontuando seu interior de forma significativa. Ao invés de sentar-se no banco, sentou-se no chão, perto do grande monumento e do pequeno monumento pessoal. A torre eiffel parecia ainda mais bonita longe de todas essas pessoas que sempre a cercam e iluminada exclusivamente pelo sol da manhã ainda recente. E o seu pequeno monumento parecia mais sereno, mais imponente, mesmo ao lado de uma das suas coisas favoritas em todo o mundo. Riscado no chão, estava ele. "Je t'aime.". Ela sabia que era pra ela, sabia que era dela, e sempre seria só dela. Sentiu um cobertor abraça-la. Sua saída foi percebida pela primeira vez. E andaram juntos pra casa de novo, apesar das novas lágrimas pontilhando-lhe o rosto, estava mais feliz. Ou pelo menos, menos triste.
and falling away
falling away with you
Algo escapando pelos meus dedos frouxos e pego no último segundo. Era uma foto. Uma foto de dias mais felizes. Dias em que eu era mais feliz. Dias menos propensos a uma tempestade de emoções. A foto consistia em uma eu de uns meses atrás, com um sorriso nada ensaiado, cercada de pessoas queridas, vestida com um vestido rendado e branco. Joguei a foto no chão. Me arrastei de péssima vontade para a cozinha e enchi uma tijela funda o suficiente pra que eu me afogasse de sorvete. Voltei pra o divã da minha janela e observei o orvalho pontuar as folhas da madrugada. Não conseguia lembrar de quando fora bom. Sentia gotículas de suor escorrendo pelas palmas da sua mão. Enxougou-as delicadamente no seu lençol. Caminhou pela grama, esmagando levemente as folhas orvalhadas e intocadas da manhã. Caminhou sozinha até os balanços de um parquinho infantil que tinha por perto e sentou-se nele, quase sem forças, quase ficando tão orvalhada quanto aquelas folhas da manhã. Estava de pijamas. Seu pijama era uma camisola um pouco abaixo do joelho e meias, que agora se encontravam molhadas e meio sujas. Não importava o quanto achava que tinha crescido, continuava fazendo os mesmos erros de novo, e de novo, e de novo. E magoando as mesmas pessoas, e sendo a mesma pessoa totalmente deságradavel de sempre. As lágrimas começaram a escorrer lentamente. O frio começou a enregelar seus ossos, mas ela não pareceu se importar. Continuou caminhando lentamente até a banca de frutas mais próxima. Tinha dinheiro no soutien que colocou antes de sair de casa. Comprou cerejas frescas, mas não antes de enxugar o rosto com uma das pontas da camisola, pra que a vermelhidão dos seus olhos fosse atribuída ao sono. Andou a esmo, mas não de verdade. Só andou de um modo a parecer que não tinha um rumo, quando na verdade, tinha um. Não morava longe. Só continuou caminhando, com frio, cansada. Andava fazendo isso com maior frequência desde que começara a tomar os remédios. Dilacerou as cerejas com golpes rápidos dos cisos, sem mesmo tirar os caroços. Não tinha ninguém na rua a essa hora, antes das seis da manhã. Só alguns retardatários de festas, e uns bêbados e mendigos que dormiam um sono tranquilo nas calçadas forradas com papelão. Chegou ao bosque que antecedia seu banquinho favorito. Um sorriso em forma de esgar iluminou seu rosto pontilhado pelas lágrimas. Lá estava, no chão, o que ela andava todas as manhãs pra ver. Estava como sempre esteve. As lágrimas pontuaram de novo a sua face, de modo a que parecesse que ela estava chorando exclusivamente de alegria, mas a tristeza ainda estava pontuando seu interior de forma significativa. Ao invés de sentar-se no banco, sentou-se no chão, perto do grande monumento e do pequeno monumento pessoal. A torre eiffel parecia ainda mais bonita longe de todas essas pessoas que sempre a cercam e iluminada exclusivamente pelo sol da manhã ainda recente. E o seu pequeno monumento parecia mais sereno, mais imponente, mesmo ao lado de uma das suas coisas favoritas em todo o mundo. Riscado no chão, estava ele. "Je t'aime.". Ela sabia que era pra ela, sabia que era dela, e sempre seria só dela. Sentiu um cobertor abraça-la. Sua saída foi percebida pela primeira vez. E andaram juntos pra casa de novo, apesar das novas lágrimas pontilhando-lhe o rosto, estava mais feliz. Ou pelo menos, menos triste.
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