... é crua Encontrei-a no banheiro. Beijou-me. Errado, tão errado. Eu estava cedendo, quase cedendo. Ela me acabou. Me destruiu por dentro, carcomeu a minha pele nua, como o verme que é, parasita. Desabotoou a minha blusa. - Transa comigo. - Sim, mil vezes sim. Seu desejo é uma ordem. Toquei-a e a saudade me inundou. Tudo isso parecia muito errado. Quando estávamos nos quase finalmentes, num chão de banheiro frio, ela pecou. - Viajei e só pensei em ti. - Viajou? Com quem? E a culpa inundou seus olhos. Rapidamente recolhi minha blusa e meu orgulho. Ela pensa que pode me fazer de boba? Que pode brincar comigo e voltar pros braços de outra? Não. Não. Não. Mirou-me nos olhos, com aqueles olhos de gato, carregados de sentimento, e perguntou-me: - Foi bom, isso que você andou fazendo? - Foi ótimo. Melhor ainda sem você. Encarei-a friamente, e vi as lágrimas rolarem pelo seu rosto, silenciosas. Bastava. Num ato de cruel frialdade, a ignorei completamente pelo resto dos meus dias. E