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Mostrando postagens de 2016

filme francês de hollywood

minha vida passou de um marasmo imbecil overachiever de filme hollywoodiano pra um filme francês mal divulgado. enquanto eu ouço piaf e devaneio sobre os poemas, belos, que a menina que sofro de paixonite aguda me enviou, penso no futuro. penso em uma tarde ensolarada na qual eu estou de folga. penso em um cigarro aceso e dois corpos nus, deitados na cama, sob a sombra e sob a luz do sol. uma se aproxima por cima da outra, provocando encontro sutil de corpos. alcança a carteira de cigarro na mesa de cabeceira. pega um e o acende. a fumaça parece poesia. ambos os corpos permanecem em silêncio. a boca apenas abre para a introdução do cigarro e para expelir a fumaça provocada por ele. uma onda de nostalgia invade uma das duas. dá um riso de canto de boca. o que foi? nada. acendem um beck pré bolado. sabe o que eu gosto de fazer quando estou chapada? recitar poesia. ambas riem. e recitou poesia. ocasionalmente, me olhando no olhos, só desviando para furtivamente olhar para a pa

Chuva

A imagem clichê da boemia juvenil de uma semi mulher sentada na frente do laptop, com um cigarro na mão, uma blusa larga digitando asneiras num microblog online. Queria ser josé saramago. Compartia com ele o coração de carne que sangrava todo dia, o vício no cigarro e o desgosto por parágrafos e letras maiúsculas. Que difícil que é digitar segurando um cigarro. Apagou o que segurava pra melhor vomitar palavras sem nexo e sem conexão, de maneira furiosa, no teclado à sua frente. Sem nexo, furiosa e sem conexão, na verdade, eram palavras chave do poço de sentimentos adversos e cruéis que assolavam sua alma, meio mazelada, pendendo pra a reclusão. Sempre disse a si mesma que seu sofrimento era belo quando colocado em palavras, e esse texto era uma desesperada tentativa de ver beleza na dor. Não aguentava mais encher o feed de textos sobre si, por que tinha a leve (e correta) impressão que todos cansaram de lhe dar ibope por coisas vazias, mas cheias de coisas que ela tirava do profundo

De Se Sentir Só, Pequena E Cansada

You don't have to act like you're alone Solidão era um peso. Sentir é um peso.  E se sentia só, dois pesos enormes que só faziam crescer e encurvar-lhe a coluna, cada dia mais. Sentia tédio o ojeriza de rotina, mas dormia mal a noite, pensava no fracasso e almoçava correndo pra ir ao trabalho. Levantava, religiosamente, todos os dias. Comia a mesma comida por preguiça de fazer algo novo. Saía quase rastejando pra faculdade. Voltava e se enfiava num banho gelado. Do banho gelado, arrastava o corpo ainda úmido pra cima do lençol da cama. Assistia alguma porcaria no netflix até adormecer. Nos tempos livres, reclamava e existia. Como se levanta a modorra da vida cotidiana? Como se sai do estupor da existência? Como se vive experiências novas quando se está sempre presa na mesma vida, que corre e perpassa os dedos semiabertos, escorre de si e desce pelo ralo?  Aí no final de semana, bebia umas doses de qualquer coisa pra apaziguar a alma confusa, cheirava uns tecos de fe