“Happiness is a warm gun” Puxou o gatilho. Rompantes de alegria esborratavam pelas suas têmporas. A arma quente, o corpo no chão. Jorrando sangue. Jorrando, jorrando, jorrando. Deixou-o esvaziar. E saiu dali, satisfeito consigo. Sabia que esse sentimento de realização seria tão passageiro quanto sempre fora. Umas duas horas, no máximo, e depois estaria pronto pra encontrar mais alguém a quem perseguir. Não era um perseguidor. Não se via como um assassino. Não se via como nada. Gostava de ver o sangue jorrar, sempre certo de pra onde ia, mas deveras incerto de pra que servia. Mantivera pessoas vivas por dias, só para assisti-las sangrar aos pouquinhos, cada dia mais, cada dia mais. Era razoavelmente bonito, sedutor. Mulheres eram presas fáceis. Sua orgia de sangue era sempre completa, mas sempre necessitava de mais. Sentia-se mal, por vezes. Medo de ser pego. Mas nunca era. E sabe como dizem, happiness is a warm gun.