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Mostrando postagens de junho, 2010

Into Your Arms

O portão sinalizava para que adentrasse. Estava esperando. Não sabia se deveria esperar. Não tinha certeza do que sentia. Sempre fora completamente confuso, e demasiado complicado, mas parecia ter encontrado alguém que entendesse isso, e que fosse tão complicado quanto a si próprio. Às vezes sentia-se desconfortável com a sua presença, como se ela soubesse demais, mesmo que não tivessem contado nada. Incomodava. Mas supunha que isso fazia ele se sentir aceso por dentro, queimando como a chama recém acesa de uma vela, querendo mais de si e do mundo. O coração dançava em suas mãos, por que do peito havia saído a tempos. Um vulto encasacado entrou no recinto, mesmo com o calor infernal que impregnava a cidade. Ele sabia quem era. Perguntava-se por que ela perdia seu tempo com ele, não é como se ela não fosse a voz que está na cabeça dele. Ecoando, e repetindo coisas que ela já disse, como se ainda fossem verdade. Apesar de tudo, sentia vertigem. Um legítimo medo de cair. Cair de algo inc

Stop Telephoning Me

"Sorry I can't answer you, I'm kinda busy" O telefone tocou pela vigésima vez nos últimos dez minutos. Ele apertou o botão de "ignore call". Estava se cansando aos poucos dela. Não é que ela fosse desinteressante, chata, incompatível, burra, gorda, irritante, ou qualquer coisa assim. Ela era perfeita. Pra outro cara. Ele conheceu outra garota. Na verdade, já a conhecia. Ja fora apaixonado por ela. Mas de repente, ela voltara a se tornar interessante, como se a luz tivesse e acendido com um clique abafado, e tivesse tomado conta de algo que ele não sabia que podia ser tomado. Ana era linda. Inteligente. Da sua idade. Talvez um pouquinho menos complicada que Ingrid. Sorridente. Com menos coisas pra fazer, mas mais tempo pra aproveitar. Menos compromissada. E assim, como um piscar de olhos ou um estalo de dedos, vai embora e não pretende voltar, deixando a chave da casa, um armário vazio, e um bilhete insólito, que mais tarde ficaria borrado de lágrimas sincera