O portão sinalizava para que adentrasse. Estava esperando. Não sabia se deveria esperar. Não tinha certeza do que sentia. Sempre fora completamente confuso, e demasiado complicado, mas parecia ter encontrado alguém que entendesse isso, e que fosse tão complicado quanto a si próprio. Às vezes sentia-se desconfortável com a sua presença, como se ela soubesse demais, mesmo que não tivessem contado nada. Incomodava. Mas supunha que isso fazia ele se sentir aceso por dentro, queimando como a chama recém acesa de uma vela, querendo mais de si e do mundo. O coração dançava em suas mãos, por que do peito havia saído a tempos. Um vulto encasacado entrou no recinto, mesmo com o calor infernal que impregnava a cidade. Ele sabia quem era. Perguntava-se por que ela perdia seu tempo com ele, não é como se ela não fosse a voz que está na cabeça dele. Ecoando, e repetindo coisas que ela já disse, como se ainda fossem verdade. Apesar de tudo, sentia vertigem. Um legítimo medo de cair. Cair de algo inc